INTERNACIONAL

Aliado de Lula em Portugal perde vaga no Parlamento para a ultradireita

Augusto Santos Silva, que presidiu a Assembleia da República, não conseguiu os votos necessários fora do território português para se reeleger. No Brasil, o partido Chega, de extrema-direita, venceu a disputa

Lisboa — Um dos principais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Portugal perdeu o mandato de deputado para um representante da extrema-direita. Augusto Santos Silva, do Partido Socialista (PS), que presidiu a Assembleia da República dissolvida em janeiro último, não conseguiu obter os votos necessários fora de Portugal para garantir uma vaga no Parlamento que tomará posse nos próximos dias.

Coincidentemente, os portugueses que moram no Brasil foram fundamentais para que um representante da ultradireita limasse o socialista. O partido Chega venceu a disputa em território brasileiro, com 24,6% dos votos.

Santos Silva tomou a frente na defesa de Lula na cerimônia em comemoração do 25 de Abril no ano passado. O líder brasileiro havia sido convidado para discursar no Parlamento no dia em que se comemora a Revolução dos Cravos, que garantiu o retorno da democracia em Portugal, mas enfrentou um protesto de deputados do Chega, que gritavam e batiam nas mesas enquanto o brasileiro falava.

O então presidente da Assembleia interveio e pediu respeito ao líder brasileiro, alegando que se tratava do discurso de um chefe de Estado com fortes ligações com Portugal. Ele conseguiu controlar a situação.

A decepção com a não reeleição de Santos Silva foi grande no Partido Socialista e no governo brasileiro. Uma das justificativas apontadas pelos socialistas para que o Chega vencesse fora de Portugal foi o apoio da máquina bolsonarista, que difundiu uma série de fake news e estimulou a revolta de jovens em relação à política tradicional.

Na Europa, o Chega teve votação expressiva, sobretudo, na Suíça e em Luxemburgo, para onde seguem os jovens portugueses em busca de melhores empregos e salários maiores.

O Chega elegeu dois dos quatro deputados com os votos de portugueses que vivem no exterior. O PS ficou com uma vaga e a Aliança Democrática, com outra.

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