A agência federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa médica anunciou na noite de sexta-feira (7) um corte drástico no financiamento de universidades e think tanks, uma decisão fortemente criticada pela comunidade científica e acadêmica.
Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) anunciaram que vão limitar o financiamento dos "custos indiretos" de pesquisa para 15%, em vez dos "60% ou mais que alguns institutos recebem atualmente".
"Essa mudança representa uma economia de mais de 4 bilhões de dólares [23 bilhões de reais] por ano", informou a agência na rede social X.
Esses custos são destinados à manutenção ou compra de equipamentos e ao pagamento de pessoal administrativo nos laboratórios de pesquisa.
O corte afetaria a pesquisa de temas como câncer e doenças neurodegenerativas, alertaram os cientistas.
"Isso certamente prejudica a pesquisa e a inovação", disse à AFP Matt Owens, presidente da COGR, uma associação de institutos de pesquisa e centros médicos acadêmicos, neste (8) sábado.
"Os concorrentes dos Estados Unidos vão se alegrar com essa ferida autoinfligida", acrescentou, ao mesmo tempo que pediu ao governo que reverta a decisão "antes que os americanos sofram as consequências".
Jeffrey Flier, ex-reitor da Escola de Medicina de Harvard, também escreveu no X que a medida "não tem a intenção de melhorar o processo, mas de prejudicar as instituições, os pesquisadores e a pesquisa biomédica".
Em contrapartida, o anúncio do NIH foi bem recebido pelo bilionário Elon Musk, que lidera um departamento especial encarregado de cortar gastos federais.
Alguns legisladores republicanos também aplaudiram o corte, que afetaria principalmente universidades de prestígio, como Harvard, Yale e Johns Hopkins, instituições que eles acusam de promover uma ideologia progressista.
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