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Trump dá ultimato ao Hamas: aceitar plano de paz para Gaza até domingo ou 'enfrentar o inferno'

Proposta de 20 pontos busca acabar com os conflitos imediatamente em troca da libertação de reféns e moradores de Gaza detidos por Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ao Hamas um ultimato para aceitar o plano de paz dos EUA para Gaza ou enfrentar "o inferno".

Trump escreveu em sua rede social Truth Social nesta sexta-feira (3/10) que um acordo deve ser alcançado até as 18h de domingo, pelo horário de Washington (19h em Brasília).

O plano propõe o fim imediato dos combates e a libertação, em até 72 horas, de 20 reféns israelenses mantidos vivos pelo Hamas – bem como dos restos mortais de reféns que se acredita estarem mortos – em troca de centenas de moradores de Gaza detidos por Israel.

Mediadores árabes e turcos estariam pressionando o Hamas por uma resposta positiva à proposta, mas uma figura importante do Hamas afirmou que o grupo armado provavelmente a rejeitará.

"Se este acordo de ÚLTIMA CHANCE não for alcançado, um INFERNO como nunca visto antes se instalará contra o Hamas. HAVERÁ PAZ NO ORIENTE MÉDIO DE UMA FORMA OU DE OUTRA", escreveu Trump na postagem na rede Truth Social.

Mediadores entraram em contato com o chefe da ala militar do Hamas em Gaza, que indicou não concordar com o novo plano de cessar-fogo dos EUA, segundo apurou a BBC.

Acredita-se que alguns líderes políticos do Hamas no Catar estejam abertos a aceitar o plano com ajustes, mas essas pessoas têm influência limitada, pois não têm controle sobre os reféns mantidos pelo grupo.

Outro obstáculo para alguns no Hamas é que o plano exige que eles entreguem todos os reféns nas primeiras 72 horas do cessar-fogo, abrindo mão de sua única moeda de troca.

Acredita-se que 48 reféns ainda estejam detidos em território palestino pelo grupo armado, dos quais apenas 20 estariam vivos.

O plano de 20 pontos, acordado por Trump e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e anunciado por ambos na Casa Branca na segunda-feira (19/9), também prevê que o Hamas não terá nenhum papel na governança de Gaza e deixa a porta aberta para um eventual Estado palestino.

No entanto, Netanyahu posteriormente reafirmou sua oposição de longa data a um Estado palestino.

"Não está escrito no acordo. Dissemos que nos oporíamos fortemente a um Estado palestino", afirmou em uma declaração em vídeo logo após o anúncio.

Trump disse que Israel teria o apoio dos EUA para "terminar o trabalho de destruir a ameaça do Hamas" se o grupo não concordasse com o plano.

Netanyahu também afirmou que Israel "terminará o trabalho" se o Hamas rejeitar o plano ou não o levar adiante.

O exército israelense lançou uma campanha em Gaza em resposta ao ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e outras 251 foram feitas reféns.

Pelo menos 66.288 pessoas foram mortas em ataques israelenses em Gaza desde então, de acordo com o Ministério da Saúde do território, administrado pelo Hamas.

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