Hatay – A Turquia apresentou, nesta terça-feira (4/11), um detalhamento sobre o avanço do plano de reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto de 2023, classificado pelo governo como a “catástrofe do século”. O desastre de magnitude 7,8 na escala Richter matou mais de 55 mil pessoas e afetou 11 províncias em uma área de 108 mil quilômetros quadrados — equivalente à extensão de mais de 100 países — e causou prejuízos diretos estimados em US$ 104 bilhões, chegando a US$ 150 bilhões de forma indireta.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Urbanização e Mudanças Climáticas, Murat Kurum, responsável pelo plano, o país respondeu com rapidez inédita. “Apenas 15 dias após o terremoto, já estávamos lançando as fundações das novas moradias”, afirmou. A mobilização, chamada “Mobilização da Construção do Século”, envolveu 200 mil trabalhadores distribuídos em 3.481 canteiros de obras simultâneos. “Concluímos e entregamos 23 unidades habitacionais por hora, o que significa 550 casas por dia”, destacou o ministro.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
A meta do governo é entregar 453 mil residências até o fim do ano. De acordo com os dados mais recentes, 305 mil já foram entregues, o que representa cerca de 70% das famílias afetadas. O investimento total é de US$ 75 bilhões.
O ministro afirmou que o foco não está apenas na reconstrução física, mas na criação de cidades mais seguras e modernas. “Estamos construindo as cidades resilientes do século, com qualidade, eficiência energética e adaptação às mudanças climáticas”, disse. As novas moradias são projetadas como edifícios de “energia quase zero”, com isolamento térmico e capacidade de gerar parte da própria energia.
Um dos maiores desafios foi a remoção dos escombros, especialmente em Hatay, onde cerca de 70% da cidade acabou destruída. “Nosso compromisso é reconstruir sem perder nossa história e diversidade. As igrejas, sinagogas e mesquitas continuarão a coexistir lado a lado”, afirmou o ministro.
Além das habitações, o governo também conduz a recuperação de 11 mil quilômetros de infraestrutura — incluindo redes de água potável, esgoto e drenagem —, uma extensão comparável à soma das fronteiras e da costa turca.
O ministro afirmou ainda que a experiência turca deve servir de exemplo internacional. “Queremos que nossa mobilização inspire outros países que enfrentam desastres. Estamos prontos para compartilhar nossa experiência e apoio técnico com nações que precisem, como o Equador”, concluiu. O país sul-americano registrou um terremoto devastador em 2016, com grande destruição de residências.
Saiba Mais
-
Mundo Sobe para 43 número de mortos pelo furacão Melissa no Haiti
-
Mundo Por que 10 milhões de pessoas só têm água para mais duas semanas na capital do Irã
-
Mundo Lula diz que governo quer investigar operação no Rio: 'Houve matança'
-
Mundo Shein proíbe venda de bonecas sexuais após indignação com aparência infantil dos produtos
-
Mundo Novo protesto de motoristas contra extorsão e assassinatos em Lima
-
Mundo França abre investigação sobre TikTok por possível incitação de menores ao suicídio
