SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Moraes declara conclusão do processo de Bolsonaro: o que acontece após o trânsito em julgado?

Ex-presidente está preso em cela especial na Superintendência da PF desde o dia 22, quando foi levado após tentativa de violar a tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o encerramento do processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.

Com isso, terá início a execução da pena. Moraes é quem vai definir onde Bolsonaro ficará preso — isso não foi divulgado ainda pela Corte.

No momento, Bolsonaro está preso preventivamente em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

O ministro pode mantê-lo neste local ou decidir que ele deve ser transferido para uma unidade prisional, como o Complexo Penitenciário da Papuda.

Já a defesa deve tentar reestabelecer a prisão domiciliar, com o argumento de que o ex-presidente tem graves problemas de saúde.

Esse cenário, porém, ficou mais difícil depois que Bolsonaro danificou sua tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda, o que provocou sua transferência para a PF no sábado (22/11).

A prisão preventiva foi decretada em agosto por Moraes com o argumento de que havia risco do ex-presidente fugir do país.

Essa medida foi determinada dentro de inquérito que investigava a atuação do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.

Ele articulou junto ao governo de Donald Trump retaliações ao Brasil para tentar impedir a condenação de Bolsonaro, mas não teve sucesso. Agora, Eduardo vai responder a um processo criminal por obstrução de justiça.

Reuters
Filho de Bolsonaro, Carlos deixa a PF após visitar o pai em Brasília

Sem embargos

A defesa de Bolsonaro tinha até segunda-feira (24/11) para apresentar novos embargos de declaração, um tipo de recurso contra sua condenação, mas isso não foi feito.

Dessa forma, Moraes determinou o trânsito em julgado do processo, ou seja, a conclusão da ação penal.

A defesa ainda pode tentar apresentar outro tipo de recurso, os chamados embargos infringentes, que servem para questionar decisões tomadas sem unanimidade, mas ele deve ser recusado sem que o STF analise seu conteúdo.

A jurisprudência atual da Corte estabelece que apenas decisões das Turmas que tenham ao menos dois votos divergentes podem ser contestadas por embargos infringentes. E, no caso de Bolsonaro, o placar do seu julgamento na Primeira Turma ficou em 4 votos a 1 por sua condenação.

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