Mercado S/A

"O movimento de popularização da bolsa está apenas no início, o que se deve à falta de atratividade da renda fixa"

Amauri Segalla
postado em 24/08/2020 23:59
 (crédito: Miguel Schincariol/AFP - 29/1/19)
(crédito: Miguel Schincariol/AFP - 29/1/19)

Não há bolha na Bolsa, dizem especialistas

Ações em alta, número crescente de novos CPFs operando no mercado, surgimento de clubes de investimentos, programas de rádio, podcasts especializados, cursos focados em educação financeira, debates exaltados nas redes sociais. Nunca a Bolsa de Valores esteve tão presente na vida dos brasileiros. O notável avanço tem alimentado debates sobre uma possível bolha no setor, o que seria perigoso, especialmente para os novatos que não suportariam quedas expressivas das cotações. Para debater a questão, a casa de análises Eleven Financial promoveu ontem um debate com alguns dos gestores mais importantes do mercado. Sócio da Alaska Asset, Henrique Bredda afirmou que a discussão não faz sentido. “Imagine se o Bradesco ou Itaú estão próximos de uma bolha”, afirmou. “É o contrário.” Walter Maciel Neto, presidente da AZ Quest, acredita que o movimento de popularização da bolsa está apenas no início, o que se deve à falta de atratividade da renda fixa.

 

"Fintechs e bancos seguem sendo animais diferentes, mas há uma tendência muito forte de convergência”
Cândido Bracher, presidente do Itaú Unibanco

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Mercado desconfia do Renda Brasil

O adiamento do anúncio do programa Renda Brasil deixou o mercado financeiro desconfiado. A expectativa — certamente exagerada — era de que o pacotão de medidas econômicas daria grande impulso à recuperação do país. Agora, o efeito foi inverso. A leitura é que, talvez, o programa não seja tão ambicioso assim, e que possa ter sido concebido às pressas. Um ponto preocupa: o presidente Jair Bolsonaro quer aumentar o valor do auxílio emergencial, mesmo se não houver recursos para isso.

4,5%

Foi quanto cresceram as vendas do varejo nacional em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados da Boa Vista. Foi a terceira alta consecutiva do indicador.

China acelera em Manaus

As cutucadas que integrantes do governo Bolsonaro disparam à China parecem não afetar os negócios entre os países. A montadora Byd, uma das maiores fabricantes de veículos da Ásia, começou a produzir baterias no Polo Industrial de Manaus. Segundo a empresa, elas serão encaminhadas para a sua fábrica de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo. A unidade paulista foi inaugurada em 2015 e é uma das principais operações da companhia chinesa na América Latina.

Economia recupera níveis pré-crise

Um relatório do Bank of America (BofA) enviado ontem a clientes traz uma visão surpreendente sobre a capacidade de recuperação da economia brasileira. Segundo o documento, a atividade econômica voltou em julho aos níveis pré-pandemia — muito antes das previsões alarmistas, que apontavam para uma retomada apenas em 2021. Os analistas do BofA projetam que o PIB do Brasil irá encolher 5,2% em 2020. O resultado é ruim, mas melhor do que a estimativa anterior, que indicava uma queda de 5,7%.

Rapidinhas

 (crédito: Vicent Jannink/AFP - 24/7/20)
crédito: Vicent Jannink/AFP - 24/7/20

» A alemã Lufthansa, terceira maior companhia aérea do mundo, gastou, em 2020, 2,3 bilhões de euros para reembolsar 5,4 milhões de passageiros que não puderam usar seus bilhetes na crise do coronavírus. O valor recorde demonstra o impacto da pandemia nas finanças das aéreas e indica que o processo de recuperação será turbulento.

» A geradora e transmissora Furnas destinou R$ 1 milhão para a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) que serão entregues a seis instituições de saúde — uma no Distrito Federal e cinco em Minas Gerais. A doação faz parte da campanha “Salvando Vidas”, liderada pelo BNDES e coordenada pela organização sem fins lucrativos Sitawi Finanças do Bem.

» O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon fez um estudo sobre hábitos digitais do brasileiro. Embora 79% dos entrevistados tenham utilizado o internet banking durante o isolamento social, 51% dos pesquisados compareceram a uma agência bancária neste período. Ou seja: está longe o dia em que as agências serão dispensáveis.

» O turismo de lazer tem retornado aos poucos, principalmente em viagens de curta distância, mas o de negócios continua parado. Isso é um problema. A Accor, uma das maiores redes hoteleiras do Brasil, estima que a plena recuperação do setor se dará apenas no longínquo 2023.

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