Conjuntura

IGP-M sobe 3,23% no mês de outubro

Índice usado como reajuste em contratos de aluguel desacelera, mas acumula alta de 20,93% em 12 meses

» Jailson R. Sena*
postado em 29/10/2020 23:37 / atualizado em 29/10/2020 23:37

A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou, ontem, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), que é usado como referência no reajuste de grande número dos contratos de aluguel do país. O índice teve uma variação de 3,23% em outubro, percentual inferior ao apurado em setembro, quando havia apresentado taxa de 4,34%.

Com esse resultado, o índice acumula alta de 18,10% no ano e de 20,93% em 12 meses. “Nesta edição, o IGP-M foi influenciado pela trégua oferecida pelo minério de ferro, que contribuiu para a desaceleração da taxa do Índice de Preços ao Produtor Amplo (5,92% para 4,15%)”, explicou André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,77% em outubro, ante 0,64% em setembro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram avanço em suas taxas de variação. A principal contribuição no sentido de alta partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (1,73% para 3,10%).

Também apresentaram alta os grupos Alimentação (1,30% para 1,90%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,52% para 0,04%), Vestuário (-0,48% para 0,29%) e Comunicação (0,03% para 0,08%).

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,69% em outubro, ante 1,15% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de setembro para outubro: Materiais e Equipamentos (2,97% para 4,12%), Serviços (0,13% para 0,33%) e Mão de Obra (0,06% para 0,19%).

* Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza

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Imposto menor para insumos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo federal pode zerar as tarifas de importação de alguns materiais de construção, caso os insumos continuem subindo de preço. A medida já foi tomada em relação ao arroz, à soja e ao milho na pandemia de covid-19 e, no entendimento de Guedes, ajudou a conter a escalada de preços do arroz.

“Estamos estudando quais tarifas de importação nós vamos descer, porque queremos facilitar a retomada do crescimento”, anunciou Guedes, durante audiência pública da Comissão Mista da Covid-19 do Congresso Nacional.

O ministro falou sobre o assunto ao ser questionado pelos parlamentares sobre a alta de preços de produtos como o cimento e o aço. O problema vem incomodando o setor da construção civil, que foi um dos poucos a continuar operando na pandemia de covid-19, tanto que, como mostrou o Correio, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) chegou a pedir ajuda do governo em relação ao assunto em setembro.

Guedes explicou que os preços subiram porque a construção civil segue trabalhando de forma acelerada, impulsionada pelos juros baixos e pela oferta de crédito imobiliário, mas também porque a população brasileira passou a comprar mais materiais de construção na pandemia de covid-19, o que reduziu a oferta desses insumos no Brasil. O aumento da procura por esses itens, segundo o ministro, é mais um reflexo do auxílio emergencial.

O ministro garantiu que está atento a esse movimento, para não deixar faltar material ou permitir uma alta excessiva dos preços. Isso porque o governo quer garantir o funcionamento da construção civil, de modo a incentivar a retomada econômica. “Isso vai trazer mais produção desses insumos. Isso vai começar a entrar e o que não entrar nós vamos derrubar a tarifa de importação”, prometeu.

O governo já zerou a alíquota de importação dos alimentos que mais subiram de preço na pandemia de covid-19. E, para Guedes, as medidas já começam a surtir efeito. “O arroz estava subindo disparado e travou. Está alto, mas travou. E agora vem a safra e vai começar a ceder de novo”, afirmou.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contudo, os preços dos alimentos seguem em disparada.

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