Mercado s/a

Amauri Segalla
postado em 29/03/2021 23:08
 (crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino J?nior/CB/D.A Press)

E as reformas econômicas, como ficam?

O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem uma espécie de reforma ministerial ao trocar o comando em seis pastas. Enquanto isso, as reformas estruturais, que têm potencial para destravar a economia e melhorar a vida de milhões de brasileiros, continuam emperradas, sem qualquer sinal de vida. Para piorar, o cenário de paralisia tende a permanecer até 2022, e é razoável supor que ele só mudará a partir de 2023, após o resultado da eleição presidencial. Não é só a interminável crise política que detém os ânimos reformistas. O agravamento da pandemia do novo coronavírus — o que é resultado, ressalte-se, dos erros grosseiros cometidos pelas autoridades na gestão da crise — tirou de cena qualquer possibilidade de se discutir mudanças, por exemplo, nas regras tributárias. O governo perdeu o timing e parece ter deixado de lado a disposição para fazer as transformações econômicas necessárias. Pelo visto, reformas só mesmo nos altos escalões da administração.

“Vivemos uma crise política por dia”

Os grupos de WhatsApp ferveram na tarde de ontem com a saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo Silva. Em um desses grupos, formado por empresários, a constatação geral é de que o governo fica ainda mais enfraquecido no episódio. “É impressionante, vivemos uma crise política por dia”, escreveu um dos participantes, um jovem empresário da área de tecnologia. “Assim não há economia que resista”. O desânimo do setor produtivo com o governo está sendo transformado em desespero.

B2W investe em tuc-tucs para o transporte de mercadorias

A B2W Digital, dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, colocará nas ruas uma frota de 90 tuc-tucs elétricos para a entrega de produtos vendidos nas plataformas digitais. Segundo a empresa, os veículos — parecidos com aqueles triciclos que fazem sucesso na Ásia — vão atuar principalmente nas capitais do Sudeste, Sul e Nordeste do país e são capazes de transportar até 600 quilos de mercadorias, muito mais do que uma motocicleta convencional.

Pacote de medidas quer melhorar ambiente de negócios

Entra e sai ano e o Brasil continua fazendo feio nos rankings que classificam os países de acordo com a facilidade para fazer negócios. Atualmente, o país ocupa a vexatória 124a posição entre 190 nações. Na esperança de mudar o desempenho, o governo federal promulgou uma Medida Provisória (MP) que promete a simplificação de abertura de empresas, a proteção de investidores minoritários e a redução de burocracias no comércio exterior, entre outras medidas. A MP precisa ser aprovada no Congresso.

» A pandemia fez diminuir a demanda por aluguel de carros no Brasil. No ano passado, as locadoras contabilizaram 44,6 milhões de diárias, uma queda de 10% em relação a 2019. Apesar disso, a frota aumentou, chegando ao recorde de 1 milhão de veículos. Os dados são da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).


» O navio que ficou seis dias encalhado no Canal de Suez trouxe um problema adicional para a já debilitada indústria automotiva brasileira. Boa parte das mais de 500 embarcações que tiveram seu caminho bloqueado transportava componentes automotivos — alguns deles destinados ao Brasil. O setor enfrenta queda de vendas e paralisação de fábricas.


» A confiança do consumidor brasileiro caiu para o pior nível desde o início da pandemia. Em março, o índice INC, calculado pela Associação Comercial de São Paulo, chegou a 76 pontos — um ano atrás, estava em 92 pontos (a escala vai de 0 a 200). Segundo economistas, só a vacinação em massa e o retorno das atividades poderão reverter o quadro.


» As projeções para a inflação continuam sem freio. O mercado financeiro subiu, pela 12a semana consecutiva, e expectativa de alta de preços em 2021, que passou de 4,71% para 4,81%. Para 2022, a previsão é de alta de 3,51%. Os dados fazem parte do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central.

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