conjuntura

Mais pobres: inflação maior

INPC, que mede custo de vida de famílias com renda até cinco salários mínimos, tem alta de 11,08% em 12 meses

Rosana Hessel
postado em 11/11/2021 00:01
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A inflação das famílias mais pobres teve uma leve desaceleração entre setembro e outubro, passando de 1,20% para 1,16%, mas, no acumulado em 12 meses, continua em dois dígitos. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulou alta de 11,08% nos 12 meses encerrados em outubro. No ano, o indicador registrou elevação de 8,45%. Enquanto isso, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 10,67% no acumulado em 12 meses até outubro.

O INPC mede o custo de vida das famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos e é o indicador utilizado para a correção do piso salarial, atualmente em R$ 1.100. De acordo com os dados do IBGE, houve aceleração nos preços dos produtos alimentícios, de 0,94%, em setembro, para 1,10%, em outubro. Já os itens não alimentícios tiveram desaceleração nos custos na mesma base de comparação, passando de 1,28%, para 1,18%.

O órgão informou que todas as 16 áreas pesquisadas registraram variação positiva no INPC de outubro. A maior taxa foi na região metropolitana de Vitória, de 1,64%, e o menor índice ficou com a região metropolitana de Belém, de 0,51.

No acumulado em 12 meses, apenas duas cidades registraram INPC abaixo de dois dígitos: Aracaju e Belém, de 9,21% e 8,39%, respectivamente. As maiores variações ficaram com Curitiba (14,13%), Porto Alegre (12,40%) e Vitória (12,81%). Em Brasília, o indicador acelerou de 0,90% para 1,01% e acumulou alta de 10,05% em 12 meses.

O economista Andre Braz, pesquisador e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), disse que a carestia em dois dígitos confirma a disseminação generalizada dos indicadores de inflação nas cidades brasileiras, e, portanto, será difícil um arrefecimento a curto prazo.

"Os combustíveis e a energia elétrica devem continuar pressionando os preços, pelo menos até abril de 2022, quando é provável uma mudança na bandeira tarifária na conta de luz. Mas há outros problemas, como os reajustes da mensalidade escolar, da passagem de ônibus e da correção da massa salarial, que indicam que desaceleração mais aguda de preços só deve ocorrer a partir de maio do ano que vem", afirmou.

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