Copom deve elevar juro para 9,25%

Correio Braziliense
postado em 07/12/2021 00:01

Após o fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que colocou o país em recessão técnica, o mercado não espera surpresa na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre hoje e amanhã.

O consenso dos analistas é de uma alta de 1,50 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 7,75% ao ano. Com isso, a Selic deve ir para 9,25% anuais — maior patamar desde 2017 —, apesar de a inflação estar acima de 10% ao ano — o dobro do teto da meta, de 5,25% ao ano.

"O BC dificilmente vai acelerar a alta da Selic, porque ainda há muitas dúvidas em relação ao crescimento econômico no ano que vem. Portanto, ele deve tentar evitar uma contração econômica mais forte, porque não adianta tentar alcançar o centro da meta com um custo social muito alto", afirmou Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.

E, como a inflação deverá permanecer elevada em meio às incertezas internas e externas, as apostas são de uma Selic em dois dígitos até dezembro de 2022. Padovani prevê a Selic chegando a 11% no primeiro trimestre de 2022 e mantendo-se nesse patamar até o fim do ano.

O economista Fernando Honorato, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, também prevê a Selic encerrando o ano em 9,25%, mas tem uma estimativa para a Selic maior, de 11,75%, no fim do ciclo de ajuste monetário, patamar que deverá ser mantido até o fim do ano que vem. "Para a inflação ficar dentro da meta, o BC precisará aplicar um juro muito proibitivo (para a atividade) e não vejo muita lógica nisso. Seria um risco enorme para o país com uma economia muito frágil como ela está", afirmou.

Honorato prevê o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 encerrando o ano em 4,5%, acima do centro da meta (de 3,5%), mas abaixo do teto (de 5%). Apesar de uma das previsões mais otimistas para inflação do mercado, ele reconheceu que há riscos de o IPCA ficar acima desse patamar e até romper o limite superior, "devido à elevada indexação da economia". (RH)

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