conjuntura / Preços de itens da tradicional refeição natalina disparam e levam as famílias a buscar alternativas

Cardápio adaptado na ceia

GABRIELA BERNARDES* GABRIELA CHABALGOITY*
postado em 14/12/2021 00:01
 (crédito: Rayan Ribeiro/Divulgação)
(crédito: Rayan Ribeiro/Divulgação)

O tradicional momento de reunir a família e comemorar o Natal pesará mais no bolso do brasileiro neste ano. Com a inflação cada vez mais alta, os principais itens da ceia têm sofrido grandes aumentos de preço, preocupando os consumidores. Nos últimos 12 meses, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas, o frango inteiro, por exemplo, disparou 24,28%, seguido de ovos (17,79%), azeitona (15,13%), carnes bovinas (14,72%) e farinha de trigo (13,70%).

"Os reflexos dos problemas nos custos de produção que sofremos desde o ano passado, com secas, geadas, alta dos preços de combustíveis e energia elétrica ainda se fazem sentir, sobretudo nas proteínas. O câmbio alto, favorecendo a exportação, também contribuiu para manter elevado o preço das carnes. No entanto, é bom ver que o retorno gradual das chuvas já tem normalizado a dinâmica de diversos preços de alimentos, como arroz, frutas, hortaliças e legumes", avaliou Matheus Peçanha, economista responsável pelo levantamento.

Encurraladas, as famílias estão adaptando os cardápios para a ceia do dia 24. A designer de interiores Fabiana Correia afirmou que não comprará pernil este ano. "Apesar de a carne suína ter um preço bem mais em conta, na época de Natal sobe tudo. Uma pancetta está a R$ 32,90 o quilo, imagina o pernil", afirmou.

Geny Duhau, de 57 anos, proprietária do Restaurante Paladar, em Vicente Pires, prepara um cardápio especial para encomendas de Natal todos os anos. Desta vez, a empresária afirma ter se surpreendido com a alta dos preços, mesmo que, nesta época do ano, já seja esperado uma variação. "Tudo aumentou assustadoramente, a carne suína, o frango, as aves natalinas, o peru, o tender… Fica difícil até montar um cardápio e manter um preço acessível", disse.

A cozinheira conta que, por conta da carestia, as encomendas estão mais fracas neste ano. E muitos clientes estão adaptando os pedidos para opções mais baratas. "No ano passado, muita gente encomendou filé mignon, bacalhau, mas neste ano a gente tem visto pouquíssimos clientes encomendando esses pratos mais caros. O pessoal está preferindo lombo, coxas e sobrecoxas recheadas. Nem sobre o tradicional peru o povo tem perguntado", disse Geny. Mesmo quem normalmente não repara nos valores da ceia tem se assustado com os preços. "Na minha casa sou só eu e meu marido, então sempre somos convidados por nossos familiares. Uma coisa que eu sempre compro é o panetone, e achei que aumentou muito", disse

* Estagiárias sob a supervisão de Odail Figueiredo

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