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Dólar vai a R$ 4,91; Bolsa fecha em alta

O dólar caiu 0,59% nesta terça-feira e fechou o dia cotado a R$ 4,915, mantendo o preço abaixo dos R$ 5. Na contramão, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, fechou em alta de 0,96%, aos 117.272,44 pontos.

A moeda norte-americana alcançou o menor patamar desde 24 de junho do ano passado, quando foi cotada a R$ 4,904. Durante o dia, chegou a operar em R$ 4,90, em meio à percepção de um cenário doméstico atraente, mas o mercado não sustentou.

A variação mensal do Ibovespa teve ganho de 3,65% e a anual subiu 11,88%, confirmando o fechamento desta terça-feira como o maior desde 6 de setembro de 2021, véspera de feriado (7 de Setembro) quando o índice alcançou 117.868,63 pontos.

Segundo o economista-chefe do Banco Original, Marcos Caruso, a queda do dólar está atrelada à valorização das commodities. "Há as idas e vindas das negociações na Europa, na Guerra na Ucrânia. Quando há uma piora, vemos as commodities subindo e o Brasil como um exportador líquido deste segmento acaba usufruindo. O canal principal tem sido a moeda, mais do que a bolsa", disse.

Ex-secretário de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento e ex-secretário adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Ferrari completou: "A alta no preço das commodities no mercado internacional, negociadas em dólar, traz um positivo para as empresas brasileiras exportadoras de bens agrícolas, mineração e petróleo, por exemplo. Esse movimento garante uma maior injeção de dólares no Brasil".

Para Caruso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou claro que as próximas altas na Selic estarão vinculadas para onde irá o petróleo. "Se o petróleo for mais para cima, mais juros. Isso é uma força dupla a favor do real. Juros mais altos conversam com a valorização cambial", completou.

O mercado avalia a sinalização feita pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que pode adotar uma política monetária mais agressiva na economia norte-americana. A indicação estimula ações de bancos no exterior, o que também pode respingar nos papéis do segmento no Brasil.