conjuntura / Guerra reduz PIB global, mas alta das commodities beneficia o país, que deve avançar 0,8% neste ano

FMI melhora previsão para a economia brasileira em 2022

Rosana Hessel
postado em 20/04/2022 00:01

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou ontem as novas previsões do relatório Panorama Econômico Global (WEO, na sigla em inglês), reduzindo a maioria das projeções de crescimento, devido à guerra na Ucrânia e aos novos bloqueios realizados pela China por conta da covid-19. Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deverá ter expansão de 3,6%, neste ano, em vez dos 4,4% estimados em janeiro pelo organismo multilateral.

Na contramão, o Fundo melhorou as perspectivas para PIB do Brasil deste ano, que passou de 0,3% para 0,8%, dado ainda mais conservador do que a alta estimada pelo Ministério da Economia, de 1,5%, que consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023 enviado ao Congresso Nacional na semana passada. Para o PIB de 2023, a estimativa de expansão do país passou de 1,6% para 1,4%.

Crescimento baixo

Um dos motivos dessa melhora das projeções do PIB brasileiro em 2022 apontados pela diretora-adjunta do Departamento de Pesquisa do FMI, Petya Koeva Books, foi o choque de preços das commodities, que deve beneficiar o Brasil como exportador de alimentos. Contudo, os dados do Fundo mostram que o país deve ter um dos menores crescimentos da América Latina, que, na média, terá uma expansão de 2,5% neste ano. Para o PIB do México, por exemplo, o Fundo estima avanço de 2%.

"O Brasil continuará crescendo pouco neste ano e há riscos ainda de o PIB ficar perto de zero, porque há muitos fatores de preocupação, como as eleições, que geram ruído e incertezas que puxam o PIB brasileiro para baixo", destacou o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Ele lembrou que outro fator que pode deixar a economia brasileira estagnada é o aperto monetário conduzido pelo Banco Central, que deve continuar elevando a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,75% ao ano, para um campo ainda mais contracionista, podendo chegar a 13,75% em junho.

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