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Aposta na mineração ESG

Setor prevê investir US$ 40,4 bilhões na produção de minérios, além de ações voltadas para fertilizantes e projetos socioambientais. Presidente do Ibram, Raul Jungmann, defende melhorias no PL 191/2020

Michelle Portela
postado em 27/04/2022 00:01
 (crédito: IBRAM/Divulgação )
(crédito: IBRAM/Divulgação )

Os investimentos da indústria de mineração no Brasil deverão somar US$ 40,44 bilhões no período de 2022 a 2026, anunciou ontem o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann. No primeiro trimestre deste ano, a produção mineral brasileira recuou 13% na comparação com o mesmo período do ano passado, o que corresponde a 200 toneladas de minério.

A redução implicou queda de 20% no faturamento, para R$ 70,3 bilhões, pressionado pela redução nos preços do minério de ferro. De acordo com o presidente do órgão, o montante para o quinquênio registra uma queda de US$ 900 milhões na comparação com a projeção de investimentos para o período de 2021/2025.

A maior parte dos investimentos, 54%, é referente a aportes que ainda estão programados, enquanto 46% do montante se refere a projetos já em execução. "Temos a preocupação em manter a agenda ESG", explicou Jungmann. Ele ressaltou que 10% dos investimentos são em projetos socioambientais para o quinquênio.

Além disso, o Ibram indica mais de US$ 5 bilhões em projetos de fertilizantes em cinco anos, e pouco mais de US$ 600 milhões em empreendimentos sendo executados. Minas de bauxita e ouro também têm programações de US$ 5,57 bilhões e US$ 2,9 bilhões respectivamente, até 2026.

A receita com a produção de minério de ferro recuou 33% no primeiro trimestre, para R$ 32,7 bilhões, enquanto o setor de ouro faturou 14% a menos, para R$ 6,5 bilhões. Já o segmento de minério de cobre registrou aumento de 30% para R$ 5 bilhões.

As exportações minerais brasileiras somaram US$ 9,4 bilhões no primeiro trimestre, queda de 22,8% na comparação anual, com um recuo nas importações da China, principal cliente do minério de ferro do Brasil.

Terras indígenas

Quanto ao PL 191/2020, que autoriza a mineração em territórios indígenas, o Ibram tem defendido mudanças no texto. De acordo com Jungmann, o projeto não resolve as lacunas legais para a atividade industrial nessa área.

Raul Jungmann citou como exemplo a falta de uma obrigação pela consulta prévia aos povos atingidos por empreendimentos dessa natureza, como previsto em convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Temos de combater o garimpo ilegal. Nosso foco é combater a ilegalidade", disse o ex-ministro.

O diretor do instituto, Julio Nery, ressaltou que é fundamental debater propostas de combate ao garimpo ilegal. "É necessário que, nesse projeto, fique absolutamente clara a questão da mineração ilegal, do garimpo", reforçou.

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