Servidores da Justiça e do Ministério Público lançaram documento com reivindicações políticas e administrativas. O evento ocorreu ontem, em Brasília, e teve a participação de entidades que representam a classe nos âmbitos estadual e federal — entre elas, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e Ministério Público (Fenajufe) e a Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp).
Um dos argumentos do documento diz respeito à proteção da democracia às vésperas das eleições de outubro. Segundo Alberto Ledur, coordenador da Fenamp, defender a democracia é um dever intrínseco aos servidores públicos.
"Nós, como parte do sistema, temos que nos manifestar em favor do país. Avaliamos que mesmo o sistema de Justiça precisa ser democratizado. É preciso uma harmonia entre poderes e instituições", disse.
Reforma administrativa
O grupo também se manifestou contra a reforma administrativa proposta pela PEC 32/2020 — que está pronta para ser votada no plenário da Câmara dos Deputados e altera dispositivos sobre servidores públicos. "A reforma administrativa vai contra o que entendemos como o dever de serviço à população. Avaliamos que a PEC 32 faz parte da desconstrução do funcionalismo público", afirmou Ledur.
O documento ainda defende maior inclusão de minorias em concursos públicos, a revogação do teto de gastos, além da interrupção e conversão de privatizações de estatais como a Eletrobras.
"As estatais têm papel fundamental. São o condutor da economia para que consigamos um desempenho saudável e eficaz. Todo esse debate considera a demanda das pessoas. As privatizações deixam o país dependente da política de preços de mercado, que é descolada da necessidade da população", finalizou o coordenador da Fenamp.
*Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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