O que a crítica tem a dizer sobre ‘Sol da meia-noite’, novo livro da saga Crepúsculo

Lançamento é sucesso de vendas no Brasil e nos EUA, mas gera controvérsias entre críticos e fãs

Bruna Yamaguti*
postado em 10/08/2020 16:33 / atualizado em 10/08/2020 16:44
 (crédito:  Paris Filmes/Divulgação)
(crédito: Paris Filmes/Divulgação)

Quinze anos após sua estreia, em 2005, a saga Crepúsculo ganha um novo livro: Sol da meia-noite (Midnight Sun, em inglês). Lançado no último dia 4, o volume já apareceu como o mais vendido da Amazon no Brasil, logo na pré-estreia. Nos EUA, ocupava a segunda posição no site de vendas. A novidade causou muito burburinho entre os fãs e entre a crítica, que não tem poupado comentários sobre a obra de Stephenie Meyer.

O novo volume da saga conta a já conhecida história de romance entre uma humana (Bella Swan) e um vampiro (Edward Cullen), mas dessa vez sob a perspectiva do mocinho, que luta arduamente contra seus instintos ferozes para continuar com a amada sem machucá-la. Segundo a autora, o livro traz uma proposta diferente dos demais, já que os fatos prometem ser narrados de uma forma mais sombria e obscura do que nas versões anteriores.

Para a revista RollingStone, Sol da meia-noite ficou na mesmice, concentrando acontecimentos iguais aos do primeiro livro, apenas com a ressalva da mudança de narrador.

Alguns críticos relatam que o grande problema do novo exemplar é que ele gera nos leitores uma sensação de deslocamento no tempo, uma vez que a autora pareceu não se atentar para o fato de que a história possui muitas problemáticas para os dias de hoje. Meyer manteve o tom da narrativa com episódios de machismo, por exemplo, como se ainda estivéssemos em 2005 e pouco se falava sobre o assunto, se comparado a 2020.

Segundo o jornal norte-americano Washington Post, “se você veio por algo moderno e conciso, você está abrindo o livro errado”. A publicação também classifica o vampiro Edward como um “stalker”. Em contrapartida, revela que agora o leitor irá se deparar com uma Bella mais forte do que a original.

Em meio a um turbilhão de acontecimentos que tem sido ano de 2020, a autora decidiu lançar o volume como um alento para os fãs, que tanto aguardavam a publicação. "É um momento louco agora e eu não tinha certeza de que esse era o momento certo para publicar este livro, mas alguns de vocês o aguardam há tanto tempo que não parecia certo fazer vocês esperarem mais", conta.

Ao todo, a franquia já vendeu mais de 100 milhões de cópias ao redor do mundo, além de ter faturado mais de 3 bilhões de dólares com a bilheteria das adaptações para o cinema. Apesar das críticas, controvérsias ou elogios, não dá para negar que os filmes da saga alçaram Kristen Stewart, no papel de Bella, e Robert Pattinson, no papel de Edward, para os holofotes. No entanto, os atores já declararam que não farão novamente os papéis, caso Sol da meia-noite ganhe uma produção audiovisual.

Projeto retomado

A autora Stephenie Meyer teria abandonado o projeto de Sol da meia-noite em 2008, quando alguns capítulos do manuscrito vazaram ilegalmente na internet. Em 2013, ela declarou para a revista Variety que não escreveria mais sobre o universo de Crepúsculo, desabafando que não era um lugar feliz para se estar.

Na época, Meyer chamou o episódio de "uma enorme violação” de seus direitos como autora e como ser humano. O projeto ficou congelado desde então, até ser retomado e finalmente lançado em 2020.

*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão

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