Zona Verde
Brasília possui um transporte público muito deficiente, com grande dependência de carro particular. Isso é fruto da omissão dos governos regional e nacional, que não nos oferecem transporte decente e sempre estimularam o uso de automóvel, ao alargar vias, permitir estacionamento irregular, fazer concessões à compra de carro novo e dar isenção do IPVA para carros velhos. Carros e ônibus engarrafam o trânsito e são altamente poluidores. Isso precisa ser mudado, mas com projeto de médio prazo que priorize transporte via trilhos, ônibus elétricos, biodiesel e ciclovias. Com essa proposta da Zona Verde, o GDF não resolve nada, só penaliza moradores e motoristas, enriquece empresas particulares, adensa o trânsito nas quadras e leva à disputa por vagas. Estimular o uso de transporte público não se sustenta. A população foge dele, por suas deficiências e riscos para a saúde. O transporte por trilhos e as ciclovias são a melhor alternativa, mas, aqui, ainda não é possível porque os governos anteriores se omitiram. A dupla Agnelo-Filippelli deixou de lado o projeto do VLT e gastou milhões de reais em dezenas de quilômetros de “ciclovias” no interior das quadras, que não têm serventia. Rollemberg esqueceu o VLT e não levou o metrô à Asa Norte. Ibaneis vai pelo mesmo caminho. Todos ampliando a dependência do automóvel. Pobres de nós.
» Ricardo Pires,
Asa Sul
» O GDF atropela os brasilienses com a proposta da Zona Verde. Imputa aos moradores das superquadras do Plano Piloto e Sudoeste o pagamento pelo uso das vagas públicas em área residencial. Além de a proposta ser dissociada da realidade do péssimo transporte público do DF, expõe seu despreparo em lidar com características urbanísticas de Brasília, como a nova maneira de viver inerente às superquadras e aos espaços públicos, que agora quer chamar de “seus”. Nada mais exposto do que a ânsia arrecadadora em uma proposta que não apresenta, de forma consistente, estudos e diagnósticos que a justifique. Onde está o Iphan? E a Câmara Legislativa? Onde estão nossos deputados e senadores do DF? Não ouvimos suas vozes.
» Heliete Bastos,
Asa Sul
» Em plena pandemia, o GDF surge com essa inusitada Zona Verde, em formato de PPP, mediante cessão trintenária e totalmente temerária, pois desconsidera as características ímpares de uma cidade tombada e patrimônio histórico da humanidade! Eis que a sociedade brasiliense, sem transporte eficiente, massacrada pela covid-19, com comércios fechados e incontáveis desempregados, aguarda que seus deputados distritais, federais e senadores voltem seus interesses para mais essa excrescência. Cobrar estacionamento em área pública nas quadras residenciais é mais uma violação aos nossos direitos e garantias fundamentais.
» Patrícia Viana de Bulhões,
Asa Norte
» A coisa mais difícil neste país é acreditar em boa intenção de governantes e dos políticos em geral. Em Brasília, nem se fala. Aqui, os sucessivos governantes disputam o taça de pior administração. Agora, o atual governo fala em criar estacionamentos pagos, rotulados de Zona Verde, em áreas residenciais, que serão explorados pela iniciativa privada. Ora, a quem o governo quer enganar? Impossível não suspeitar que haja muito caroço no meio desse angu. A Câmara Legislativa, pródiga em escândalos de corrupção, não está nem aí, exceto se não sobrar nada para seus pares. A bancada federal não enxerga quem os guidaram ao Legislativo federal. Ficamos à mercê dos que chegam ao Buriti e se sentem proprietários dos espaços públicos e desconsideram as reais necessidades da população. Por que o GDF não se debruça em rever o sistema público do DF, que é, esse, sim, uma verdadeira zona, com uma prestação de serviço da pior qualidade, além de ter tarifas exorbitantes para quem é, de fato, trabalhador, e não servidor público?
» Ernesto Bezerra,
Asa Sul
Insanidade
Estabelecimentos de ensino privado e a adesão do governo Ibaneis Rocha à insanidade negacionista do presidente da República poderão ampliar a tragédia que o novo coronavírus vem causando no mundo. Qualquer pessoa, com um mínimo de bom senso, percebe que reabrir as escolas, no momento, é expor crianças, adolescentes e suas famílias ao contágio pelo vírus. Isso ocorreu em países que ignoraram a orientação científica e dos especialistas em saúde pública. No DF, o relaxamento precoce da quarentena só contribuiu para uma elevação absurda do número de infectados e mortos. O governo do DF autorizou a abertura de quase tudo, e os números dispararam, para infelicidade de muitas famílias que viram seus entes morrerem. O mesmo ocorreu em vários estados, impondo um retorno ao isolamento social. Será que agora chegou o momento de jogar crianças e jovens na linha de combate sem armas nem munição para se defenderem do inimigo invísvel?
» Juarez Almeida,
Jardim Botânico
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.