Pesquisa Datafolha publicada no fim de semana traz informação alvissareira a respeito da vacinação. O levantamento informa que 89% dos brasileiros pretendem se imunizar contra o novo coronavírus tão logo seja possível. Significa que 9 entre 10 pessoas irão aos centros de saúde para se prevenir contra o mal que rouba a vida de adultos e crianças.
Duas razões justificam o otimismo. A primeira: a população vai colaborar no combate ao mal que paralisou o mundo, atrasou estudantes e matou sem discriminar idade, raça ou classe social. A segunda: a motivação pode ser aproveitada para incentivar a vacinação contra outras doenças. Mães e pais têm negligenciado o procedimento há alguns anos.
Especialistas ligados ao setor apontam diferentes causas para o relaxamento. Uma delas é o sucesso das sucessivas campanhas feitas pelo país independentemente da cor política dos ocupantes do poder. O resultado foi tal que apagou da memória dos cidadãos a imagem de vítimas atingidas por sarampo, caxumba, coqueluche, poliomielite. Ocorreu o que popularmente se diz: “O que os olhos não veem o coração não sente”.
As fake news são outra explicação para o boicote. Circulam nas redes sociais notícias fraudulentas segundo as quais as gotinhas e as picadas são responsáveis por enfermidades irreversíveis. Com sofisticação profissional, divulgam posts e vídeos em que aparecem crianças vítimas de diferentes morbidades. A desinformação não se restringe ao Brasil. É divulgada em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Em consequência, doenças erradicadas voltaram ou correm risco de voltar. É o caso do sarampo. O Brasil havia recebido a certificação internacional de território livre do mal. Com o ressurgimento da infecção, o Ministério da Saúde promoveu campanhas para motivar os pais a vacinar os filhos. Valeu. Em 2019, a cobertura vacinal atingiu 99,4% do público-alvo.
Campanhas de vacinação brasileiras são considerado modelo pela Organização Mundial da Saúde. Apesar da extensão territorial, os técnicos não medem esforças para chegar às comunidades mais remotas seja por terra, seja por ar , seja por água. As medidas preventivas tornaram-se política de Estado, não de governo. Impõe-se retomar o protagonismo. O país sabe como fazê-lo.
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