É mais fácil ser campeão inédito na Libertadores do que na Uefa Champions League. Esse é o grande barato do nosso torneio continental na comparação com o primo rico europeu. Por aqui, ainda não é proibido sonhar com a primeira vez. Neste século, seis clubes conseguiram o feito na principal competição de clubes da América do Sul: Once Caldas (2004), Internacional (2006), LDU (2008), Corinthians (2012), Atlético-MG (2013) e San Lorenzo (2014). No mesmo período, apenas o Chelsea realizou a proeza contra o... Bayern de Munique na final de 2012!
O Paris Saint-Germain é o candidato a campeão inédito da vez, amanhã, às 16h, contra o pentacampeão Bayern, no Estádio da Luz, em Lisboa. O clube de 50 anos pode se tornar o 23° time a conquistar a Orelhuda. Idealizada pelos jornalistas franceses Jacques Ferran e Gabriel Hanot, ambos do L’Équipe, a Champions só tem um time gaulês na lista dos vencedores: Olympique de Marselha, em 1993, dois anos após amargar o vice contra o Partizan Belgrado. Stade de Reims (1956 e 1959), Saint-Étienne (1976) e Monaco (2004) bateram na trave.
As pequenas curiosidades indicam a árdua missão do PSG. Para mim, o Bayern é favorito. Entretanto, o time alemão enfrentará umrival que conta com dois fora de série: Neymar e Mbappé, astro da França na conquista do bi na Copa do Rússia. Ambos escoltados pelo excelente Di María.
Neymar tem um diferencial. O pai é ON em decisões. Acumula 23 finais na carreira. Ganhou 16. Balançou a rede 15 vezes. Testemunhei três exibições de título em coberturas pelo Correio.
Vi Neymar fazer gol na decisão da Copa das Confederações contra a Espanha, em 2013, no Maracanã. Na final da Champions League de 2015, no Olímpico, em Berlim, no triunfo por 3 x 1 sobre a Juventus. Por sinal, foi artilheiro do torneio ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo com 10 gols. Ficou em terceiro lugar no prêmio de melhor do mundo. No ano seguinte, protagonizou golaço de falta, no Maracanã, na disputa da medalha de ouro dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, e converteu a última cobrança de pênalti da Seleção. O sonho dourado estava consumado.
Tento não fazer parte do Brasil bipolar. Aquele que ama ou odeia Neymar; ou o considera menino ou adulto Ney. Considero o craque genial com a bola, e genioso sem ela. Ame ou odeie, verás que um filho teu não foge à luta na decisão de amanhã. É a minha impressão com base no que testemunhei. Quanto ao prêmio de melhor do mundo em 2020 é tema para outro artigo...
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