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Correio Braziliense
postado em 23/08/2020 21:27

Saúde

Brasília é um celeiro de belas ideias, de artistas fabulosos, mas, também, de ciência. Enche-nos de orgulho assistir à reportagem sobre a técnica em desenvolvimento no Hospital de Base, que utiliza o gesso para corrigir deformidades nos pés, sem intervenção cirúrgica, antes usada em crianças. A iniciativa é do ortopedista Davi Haje e vem obtendo sucesso, além de transformar a vida das pessoas, que nunca tiveram a alegria de calçar um sapato. A técnica foi descrita em revista científica de grande reconhecimento mundial. Parabéns ao médico, à equipe e ao Hospital de Base.
Ana Lúcia Martins,
Asa Sul


História viva

No belo e memorável artigo de Silvestre Gorgulho, JK: sentimento e alma do povo (21/8), relatando inúmeros feitos do saudoso estadista, faltou contar que Juscelino determinou todas as providências para criar a Universidade de Brasília. Incumbiu o ministro da Educação, Clóvis Salgado, que as levou a bom termo. JK mandou radiograma para Clóvis Salgado em 2 de abril de 1960: “Ministro Clóvis Salgado, a fim de completar programa cultural para a nova capital, não posso deixar de fundar a Universidade de Brasília. Portanto, peço estudar plano e redigir mensagem a ser enviada ao Congresso, tendo em vista esse objetivo. Precisamos porém criar universidade em moldes rigorosamente modernos. Gostaria de remeter mensagem ao Congresso no dia 21 abril. Saudações, JK”. Esta e outras informações históricas estão na Biblioteca Central da UnB. Com depoimentos de Cyro dos Anjos, ex-secretário particular de Juscelino, também relatos do ministro Clóvis Salgado e de historiadores da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), com depoimentos de 10 horas de gravações que integram o projeto História Viva, daquela universidade.
Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


Defesa da vida

Líderes indígenas e organizações sociais, representantes dos povos originários, recorrem ao Supremo Tribunal Federal em defesa da vida. A Corte determina uma série de ações ao Executivo na tentativa vã de fazer prevalecer os ditames dos dispositivos legais de proteção aos povos indígenas. Mas, quem ficaliza a Fundação Nacional do Índio, o suposto Ministério Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no cumprimento das decisões judiciais? Acredito que ninguém, pois as queixas dos povos indígenas estão sendo empilhadas com o cadáveres. Tudo não passa de uma farsa. Aliás, o que não é uma farsa no campo dos direitos humanos neste governo? As tragédias que ceifam vidas estão sendo naturalizadas e não há decisões que se imponham ante o descaso do poder público com a vida dos brasileiros. Atingiu-se o cúmulo de a Força Área Brasileira (FAB), com um histórico de relevantes serviços prestados à nação, ser usada para o transporte de garimpeiros, criminosos invasores dos territórios indígenas. Sabe-se que esses vândalos do patrimônio nacional são vetores de todas as doenças e pragas que afetam a saúde dos indígenas. Suspeitar que se trata de ação premeditada contra a vida dos povos que estão fora do alcance dos holofotes da mídia não seria uma leviandade. Até quando tais abusos serão tolerados?
Alfredo Gonzaga,
Jardim Botânico


Epidemia

Brasília passou de 2 mil mortes pelo coronavírus. Não é apenas uma situação extremamente lamentável, mas uma tragédia absurda. A cidade vinha contendo o avanço da epidemia do novo coronavírus, com a observância às medidas preconizadas pela ciência e especialistas. De uma hora para a outra, o governo do DF decidiu romper com todas as regras do isolamento e seguir as orientações dos negacionaistas de plantão no Palácio do Planalto. Daí, tudo desandou e a doença se alastrou. Todos foram para as ruas, como se vivêssemos tempos normais. Os número de infectados e mortos passou a crescer. Tenho acompanhado, com atenção, às reportagens e entrevistas feitas pelo Correio com especialistas. Todos recomendam a manutenção do isolamento social. Mas, estas, orientações não fazem eco no governo, que colocou a questão em plano secundário, para exaltar as obras que está realizando. A grande obra, na verdade, seria manter as medidas de preservação da vida dos brasilienses. Impossível não lamentar a banalização das mortes evitáveis na cidade e no restante do país. Os governantes estão infectados.
Heloísa Vieira,
Sudoeste


Livros

A cada dia fico mais convencido de que vivemos sob o signo do obscurantismo, ressuscitado da Era Medieval, ou, mais recentemente, do nazismo. O governo quer elevar o orçamento das Forças Armada e, para compensar, diminuir o da educação. Quer elevar os impostos sobre livros, manter as grandes fortunas livres de tributação e preservar a renúncia fiscal para as empresas. Há, sem dúvida, uma inversão de valores. Elevar a carga tributária sobre livros e reduzir o orçamento da educação são medidas que deixam muito claro o desprezo que o governo tem pelo setor e sugere que quanto menos educação, melhor, pois um povo ignorante é facilmente manipulado e atende aos interesses dos que pretendem perpetuar um sistema de exceção no país — nada de educação, letramento e cultura. Povo esclarecido é algo perigoso para as tiranias.
Euzébio Queiroz,
Octogonal

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