Nunca se falou tanto sobre bem-estar como nos últimos anos. Na pandemia, então, o assunto ganhou ainda mais visibilidade. Meditação, yoga, óleos essenciais, massagens e uma penca de coisas estão entre os temas a toda hora comentados nas redes sociais.
Entusiasta da temática, vejo com bons olhos essa maior busca por práticas que despertem o autoconhecimento e proporcionem boas sensações, principalmente, em meio a um momento complicado, como o do novo coronavírus. No entanto, é preciso estar alerta. Em ascensão, o bem-estar transformou-se num mercado, numa indústria que tem terapias, exercícios e nutrientes que precisam ser vendidos. E, como todo cenário mercadológico, há interesses econômicos em jogo, para além do significado real da palavra.
O aspecto financeiro e perigoso desse mercado é destrinchado na série documental (Un)Well — A indústria da cura, que estreou neste mês de agosto na Netflix. Com seis episódios, a produção descortina a indústria do bem-estar, mostrando os benefícios, mas, também, os riscos que envolvem seis temas desenvolvidos a cada episódio de cerca de uma hora: óleos essenciais; tantra (filosofia ligada ao aspecto físico, mental e espiritual); leite materno (para além da ingestão em bebês e crianças); jejum intermitente; ayahuasca (chá com potencial alucinógeno); e apiterapia (medicina alternativa que usa veneno de abelha).
O material audiovisual não tem o objetivo de dar respostas. Pelo contrário, o seriado documental dá espaço aos dois lados, de curas milagrosas a situações trágicas. O objetivo é realmente revelar que há sempre dois lados da mesma moeda, principalmente, por se tratar de terapias e métodos considerados alternativos e holísticos. Vale a pena assistir e fazer uma reflexão sobre a relação com os métodos de bem-estar: estamos nos curando ou caindo numa bolha de consumo?
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