Protocolo
A retroescavadeira vocabular do presidente Bolsonaro o torna cada vez mais conhecido e respeitado em todo o mundo incivilizado. Os generais em cargos públicos usam trajes civis para não transparecer agressividade no comando que dispõem. Em eventos no Palácio do Planalto, autoridades devem sempre sentar à direita do presidente, perfilando-se à sua posição política. Protocolarmente, recomenda-se a todos que se encontrem com o presidente que não deixem transparecer que a revolução está morta e enterrada. Pela justiça de Mendinça, o presidente pode desbocar, os jornalistas têm que calar.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Faltam respostas
O presidente Jair Bolsonaro deveria entender, como dizia aquele personagem do então humorista Agildo Ribeiro, que perguntar não ofende. O Brasil tem dúzias de outras perguntas sem respostas e a recentíssima “por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michelle?” é mais uma num país sem transparência, fadado a conviver com a dúvida e a com a música de que “mistério sempre há de pintar por aí”. Com quantos paus se faz uma canoa e com quantas perguntas se escreve a história de um país? Quem matou Odete Roitman? Depois da quadrilha em família da Flordelis, ficou ainda mais difícil de responder. O Brasil resume em si só àquele programa do Silvio Santos, o Pergunta de um milhão, e toda semana dá um assunto para a sabatina. Quem matou Marielle? Quem mandou matar Marielle? O que aconteceu, convulsão ou dinheiro da Nike, com Ronaldo Fenômeno na Copa da França? A verdade nua e crua por aqui é só um clichê. Perguntar, como acredita Bolsonaro, é ofensa pessoal ou coisa do folclore nacional e jamais atribuição do jornalista. O governo Bolsonaro é um interrogatório só, perguntas intermináveis, sobre quem matou, quem roubou, quem rachou e onde vamos parar? Será o Benedito? Até quando?
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Coronavírus
Lamentável ver pessoas que dirigem sem máscara, andam nas ruas sem usar o equipamento obrigatório. Está comprovada a ineficácia da imunidade dos seres humanos que contraíram a covid- 19, e sequer se sabe a eficácia das vacinas. A Organização Mundial da Saúde declarou que, talvez, tenhamos de conviver o resto da vida com o coronavírus!
» Simão Szklarowsky,
Asa Sul
» Seis meses de pandemia. Os números são brutais. O Brasil chegou a 113 mil mortos. A quarentena mexeu com a vida da humanidade. Sem distinção de credo, cor ou raça. Seis meses marcados pela agonia. Por tristezas, alívios, pavores, amores, desamores, encontros, desencontros. Multas, vacilos, humilhações, transtornos, sofrimentos, dores, angústias. Desemprego, vigarices, golpes, assassinatos, confusões, vacilos, fé e solidariedade. Tempos de paciência, afrouxamento, ansiedade, tragédias. omissões e mesquinharias. Seis meses de bebedeiras, canalhices, covardias, intolerância, truculência, insultos, cansaços, caneladas e estresse. Muitos acabaram vencidos pelo desespero e pelo ciúme doentio. Outros tantos acolheram a paz, alegrias, a união e a amizade. Para outros, veio a depressão, choros, incompreensões, demagogia, perdas, descasos, desesperos, insônias, violências, rancores, incompetências e irresponsabilidades. Resta-nos, ao lado da jornada, a fé, a esperança e a confiança em Deus. O iluminado amanhã haverá de chegar.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Aborto
A portaria do Ministério da Saúde sobre o aborto legal, pelo crime de estupro da mulher, é algo horrendo. A revitimização da mulher que foi violentada está patente. A comunicação à polícia é necessária. Mas, obrigar a mulher a ver a imagem do feto, gerado por ato hediondo, é impor tortura a quem foi gravemente vítima de violência. Não é dessa forma que o governo do senhor Jair Bolsonaro, guiado pela insanidade dos fundamentalistas ou das personalidades “terrivelmente” cristãs, abrigadas no poder, vão impedir que o aborto ocorra. A interrupção da gravidez indesejada, em qualquer sociedade civilizada, é opção da mulher, e no caso do estupro, é ato legal. Pessoalmente, sou contra o aborto, mas não cabe a mim nem a ninguém julgar quem busca esse recurso extremo. Há de se convir que ninguém deve ser obrigado a gestar uma criança produzida pela violência. A mulher é dona do seu corpo e faz dele o que bem entender. O que o governo e seu séquito de fundamentalistas ultrapassados desejam é punir a mulher e proteger os estupradores, os violentadores. Que coisa mais absurda, mais ridícula, mas muito representativa do atraso que este governo representa.
» Luana Borba da Silva,
Lago Norte
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