Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 30/08/2020 22:08

Exclusão

Pagamos caro pelo modelo excludente que contamina a construção da nacionalidade brasileira. “O ponto de vista adotado assume a saga lusitana da conquista que liga a nação, em seu nascedouro, à epopeia cristã ocidental da reconquista/conquista de além-mar e assegura ao país um pé na Europa. Mas, a mestiçagem lá está, a insinuar-se no corpo e, sobretudo, na alma da nacionalidade emergente, onde há a aceitação do índio glamourizado e naturalizado pelo romantismo — a rigor, o índio fica do lado da paisagem, e não da cultura —, mas, realiza a exclusão do negro, relegado à coisificação da senzala. Estabelece-se a curiosa tríade: o colonizador branco é cultura, o índio é natureza, o negro é coisa, ferramenta, utensílio — informa a historiadora Sandra Jatahy Pesavento (1945-2009) em A cor da alma: ambivalências e ambiguidades da identidade nacional. Dizer que a sociedade brasileira é multicultural significa compreender a diversidade étnica e cultural dos diferentes grupos sociais que a compõem, mas, também, enfrentar as desigualdades existentes no acesso e no desfrute a bens materiais e imateriais no país.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte


Pantera Negra

Que ano triste. Pantera Negra é um grande filme, que exalta negros e ressalta a importância da justiça social. E vai ficar por muito tempo na memória do cinema. A gente é que sofre, que sente por tê-lo perdido. Herói na vida e na ficção. Fiquei chocado, surpresa total. Uma pena de verdade.
» José Ribamar Pinheiro Filho,
Asa Norte


Bolsa Família

Não dá para entender! Por que acabar com o Bolsa Família? Um programa bom, com algumas ressalvas, reconhecido no mundo inteiro, com foco claro, aperfeiçoado e reestruturado ao longo do tempo por especialistas que entenderam sua lógica e metodologia. Falta à equipe econômica humildade e conhecimento da engenharia social. O governo Lula derrapou no início com o Fome Zero. Como marca, era bom, mas, na prática, a ideia era uma distribuição de tíquetes como vale-refeição, política americana dos anos 1950. Não vingou! A política pública nasceu em Brasília, em 1995, na gestão de Cristovam Buarque. Por fim, adotada, com um valor razoável, no governo federal. O foco da política é a mulher pobre, para ajudá-la no grande desafio de criar uma família enfrentando dificuldades econômicas e, muitas vezes, as flutuações da vida pessoal. O Bolsa Família é como o Pelé: reconhecido como excelência mundo afora, apesar de não ser totalmente aceito pelos brasileiros. Mas, talvez, porque é um programa para mães pobres, agora, é motivo de experimentos sociais desabridos. Planejam engoli-lo em um programa não para crianças, mas para corrigir imperfeições do mercado de trabalho. Um programa para criar empregos é uma coisa, a rede de proteção social é outra. Qual é o foco desse Renda Brasil, que se quer vincular a um emprego verde e amarelo? Não se improvisa em política social!
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Armas

Excelente reportagem População mais armada (24/8, página 13). Chama a atenção dos leitores para o fato de, no primeiro semestre deste ano, a Polícia Federal ter emitido autorizações para que 4.452 cidadãos do Distrito Federal possam ter a propriedade de arma de fogo. A reportagem destaca que está ocorrendo um significativo aumento de armas em posse da população, em decorrência da nova legislação sobre a matéria — decreto nº 9.847/2019 — aprovada pelo governo federal. Especialistas, um advogado diretor da OAB, um advogado criminalista e um professor de direito, ouvidos pela reportagem divergiram quanto aos riscos à segurança pública, sendo que o primeiro considera que a posse de arma pode ser um fator para gerar violência. O segundo entende que a arma constitui um complemento para a segurança pública. O terceiro acha que a arma aumenta a propensão de prática de violência. No que concerne à relação causal entre a posse da arma e o aumento da violência, é mister cotejar dados estatísticos relativos à criminalidade anterior e posterior à nova legislação. Nos cinco anos anteriores à nova legislação, 2014 a 2018 (governos Dilma e Temer), ocorreram, respectivamente, 58.559, 59.080, 61.619, 65.602 e 57.341 homicídios, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Enquanto que 41.635 homicídios em 2019, uma queda de 27,4% em apenas seis meses. Possuir uma arma é um direito que sempre vigorou no Brasil.
» Cid Lopes,
Lago Sul


Trump

O discurso sereno, otimista e vigoroso de Trump, na convenção republicana, defendendo a soberania norte-americana e salientando a boa fase da economia do país, incomodou as viúvas de Obama. O presidente alertou que “ninguém estará a salvo do socialismo de Biden nos Estados Unidos”. Trump reiniciará viagens de campanha como “o salvador do país”, depois de chamado por um dos filhos de “presidente do povo”.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte

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