Benevolência
Após nove anos como relator de um processo a que Washington Reis, ex-deputado federal e atual prefeito de Duque de Caxias (RJ), responde no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Corte, Dias Toffoli, se declarou suspeito para continuar relatando a ação. Depois do processo estar parado desde 2018, Toffoli anexou um despacho em que alega “foro íntimo” para ter tomado a decisão, e a encaminhou para Luiz Fux, vice-presidente, para que a ação seja redistribuída para outro relator, desde que pertença a Segunda Turma. Pasmem, foi esta turma que, em 2016 condenou Reis por unanimidade a sete anos e dois meses em regime semiaberto por crime ambiental. O então deputado, recém-eleito prefeito, foi considerado culpado pela construção de um loteamento em Xerém, na baixada fluminense, no entorno de uma reserva ambiental. Em suma, mais uma vez o Jardim do Éden , atua com benevolência e protelação de processos, por meio de um magistrado que foi reprovado duas vezes em concurso para juiz.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Clara
Duplicação de via
O governo do Distrito Federal vai duplicar o trecho entre Taguatinga e Brazlândia, a rodovia da morte ou BR do medo, totalizando 18km ao custo de R$ 108 milhões. Ou seja, cada kilômetro de asfalto vai custar R$ 6 milhões que vamos pagar. Não tem cabimento esse preço, caros leitores. Eu li uma reportagem, onde o governo de Goiás vai asfaltar 53km entre Água Fria e Mimoso ao custo de R$ 81 milhões. Ou seja, para cada kilômetro asfaltado, o estado vizinho pagará R$ 1,53 milhão. Dessa maneira, não entendo como um estado contrata uma empresa para construir em trecho de asfalto quase três vezes a mais, por um preço menor? É preciso que o Ministério Público do DF, a Câmara Legislativa e Tribunal de Contas do DF fiscalizem isso.
» Sebastião Machado Aragão,
Asa Sul
Epidemia
O cenário noturno em Ceilândia indica que a ficha não caiu para os moradores da maior cidade do Distrito Federal em tempos de pandemia do novo coronavírus. Na noite de domingo, eu voltava para o Plano Piloto, depois de ir à casa de um grande amigo que há muito não via e fiquei assustada com a quantidade de pessoas na avenida central da cidade, desfrutando de bares e restaurantes. Percebi que havia policiais, mas agindo como numa ronda normal. Muita gente aglomerada e, pior, sem máscara ou com ela debaixo do queixo. A mulher do meu amigo disse que esse comportamento desafiador da doença é muito comum na cidade, não só à noite, mas durante o dia. O novo normal não alcançou Ceilândia, onde é registrado alto número de infectados e óbitos. Triste.
» Joana Paula de Araújo,
Taguatinga
Aborto
Há um inúmero imenso de adjetivos para qualificar a “terrivelmente cristã” ministra Damares Alves. Quanto a ser cristã, há controvérsias. Mas não há dúvidas de que ela é uma pessoa terrível. Na diabólica aliança com o Ministério da Saúde, ela conseguiu construir uma portaria que pune “terrivelmente” as vítimas de aborto e impõe enorme constrangimento ao médico. O profissional passa a ser obrigado a fazer papel de investigador, deixando de lado questionamentos quanto à saúde da mulher ou da adolescente vítima de abuso sexual. É falsa a ideia de que ela e os fundamentalistas estão preocupados em salvar a vida, criando barreiras ao aborto. A portaria é aplicação de tortura continuada à mulher que engravidou depois de ser violentada. Espero que a Câmara dê uma resposta terrível à tortura que Damares pretende impor às vítimas de crime hediondo.
» Isadora Costa,
Águas Claras
Impunidade
A eliminação, por etapas, de potenciais adversários nas eleições de 2020 é projeto em curso pelo presidente da República. O afastamento fez do governador do Rio de Janeiro o primeiro inimigo nocauteado. E não poderia ser diferente. Em novembro, Witzel nomearia um procurador de Justiça do Estado que, obviamente, não estaria alinhado ao Planalto. Isso implicaria seguir com as investigações sobre o escândalo da rachadinha, em que o senador Flávio Bolsonaro está atolado da cabeça aos pés. Com a queda de Witzel, o novo ocupante do Palácio Guanabara, em aliança com o clã, vai tirar essa pedra do caminho dos Bolsonaro. Portanto, uma derrota bem planejada. Moral da história: o poder político também é garantia de impunidade.
» Orlando Silveira,
Asa Norte
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