Opinião: Alívio à vista

''O início dos testes é, sem dúvida, um sopro de esperança. Mas o momento exige a todos uma boa dose de bom senso e responsabilidade''

Os primeiros testes da vacina contra a covid-19 no Distrito Federal trazem esperança aos brasilienses exaustos com o tal novo normal imposto pela pandemia mundial do novo coronavírus. Mais uma vez, são os profissionais de saúde que estão no front, como voluntários para saber se a fórmula da CoronaVac realmente produzirá anticorpos no organismo capazes de exterminar o vírus.

Os ensaios começaram ontem, no Hospital Universitário de Brasília (HUB), com 10 pessoas. A segunda dose será aplicada daqui a 14 dias. A meta é chegar a 850 voluntários vacinados. O grupo será monitorado por um ano. Apesar do cronograma, os especialistas dizem ser impossível marcar no calendário quando a ciência conseguirá a imunização.

Mesmo no cenário de tantas incertezas, com aumento diário de doentes e mortos, a taxa de isolamento social no DF, e no país em geral, está baixa. Isso ocorre por diversos fatores: com a retomada das atividades, os trabalhadores se vêem obrigados a encarar a rotina — muitos deles dentro do transporte público lotado — para não perder o emprego.

Apesar de a covid-19 não estar controlada ainda, os governos decidiram pela retomada das aulas presenciais, o que é um completo desatino! E tem, ainda, aquela parcela da população que despreza todas as normas sanitárias e toca a vida como se nada estivesse acontecendo. Um cenário perfeito para a proliferação do vírus.

O início dos testes é, sem dúvida, um sopro de esperança. Mas o momento exige a todos uma boa dose de bom senso e responsabilidade. As diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) podem salvar vidas: manter distanciamento social, higienizar as mãos e usar máscaras são algumas das mais básicas. E se puder, fique em casa.