A liberação de atividades em teatros e cinemas, somada à permissão de aulas coletivas em academias e do uso de piscinas para treinos em clubes recreativos, reabre a discussão sobre em que ponto a pandemia do novo coronavírus está no Distrito Federal. A leitura feita por epidemiologistas e técnicos sanitários é de que a curva de casos e mortes deve começar a cair a partir de agora, mesmo que lentamente, sem descartar o risco de nova aceleração do contágio caso ocorra o afrouxamento nas medidas de contenção por parte da população e do governo. Então, uma pergunta se faz necessário, caro leitor: você se sente seguro?
Sei que é uma resposta difícil. Vários fatores devem ser levados em conta, principalmente sobre o que se quer fazer. Ir à casa de amigos? Frequentar bares e restaurantes? Trabalho externo? Reuniões? Compras em mercados? Aulas presenciais em colégios e faculdades? São tantas as variáveis que precisam ser analisadas, que é difícil se ter uma solução única. Cada caso precisa ser analisado separadamente. Mas, desde já, considero correta a retomada do setor de serviços. Não adianta deixar as atividades estagnadas, à espera de uma vacina que está em fase de testes e sem eficácia garantida, se a própria população dá sinais de que não respeita mais a quarentena.
Temos visto, semana após semana, a redução dos níveis de isolamento social no Distrito Federal. Aglomeração é cada vez mais comum. As prainhas da orla dos lagos Sul e Norte lotam todo fim de semana. O quadrilátero entre o Memorial JK e a Catedral Rainha da Paz fica cheio diariamente, para apreciação do por do sol tão belo nesta época do ano em Brasília. Assusta, no entanto, a falta de civilidade, com gente sem máscara e sem noção de higiene. Entendo que muitos queiram sair de casa, afinal, é complicado mesmo ficar cinco meses em completo isolamento, mas respeito ao próximo é o mínimo que se deve existir. Para coibir esse tipo de comportamento, só com fiscalização. E aqui está um dos gargalos.
Em entrevista publicada ontem pelo Correio, o governador Ibaneis Rocha reconhece a dificuldade do Poder público em fazer cumprir a lei, principalmente no comércio. O motivo: são poucos os fiscais. Diante da inoperância do Estado, urge cobrarmos civilidade da população. Ou tem algo mais que possa ser feito?
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