Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 06/09/2020 19:31

Independência

Sete de Setembro, dia da Independência do Brasil. Mais um engodo do patriotismo. Mazelas persistem, e a ambição de enriquecimento fácil, rápido e sem peias, ainda, e até hoje, germina em muitos.Promessas e palavras empenhadas são chacotas na boca dos corruptos, corruptores e corrompidos. Na terra do salve-se quem puder, dinheiro não tem pátria, lucro não tem residência fixa, ética e moral só servem como figuras de retórica. Chega de ufanismo barato! Precisamos de consciência cívica para corrigir os desvios de rota que nos acorrentam aos grilhões da colonização continuada. Terrivelmente soa atual o poema Que país é este? (1980), de Affonso Romano de Sant’Anna: “Uma coisa é um país, outra um ajuntamento./Uma coisa é um país,/outra um regimento./Uma coisa é um país,/outra um confinamento”.Dói abrir o livro chamadoCultura Brasileira: o que é, como se faz(1999) e ouvir a baboseirapropagada pelo educador Aldo Vannucchi: “Assim, logo foram se distinguindo dois planos culturais no Brasil: o erudito, marcado pela branquidade e europeidade, alienado e alienante; e o vulgar, das camadas subalternas, mais criativo, mais aberto à convivência humana e ao atendimento imediato das necessidades espirituais”. Sem discutir as linhas de preconceito camufladas pelo elogio da mestiçagem, continuaremos a tapar o sol com a peneira. O Brasil é misturado/que nem água com azeite./O café fica de um lado/E do outro fica o leite.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte


» O Brasil tornou-se independente do seu colonizador (Portugal), mas continuou sendo governado por ele, ou melhor, por um soberano da metrópole (D.Pedro I). Ou seja, o Brasil nasceu fundado na falsidade (1822). Tornou-se, depois de muitos conchavos, a única monarquia na América. Havia brasileiros que queriam uma democracia, outros, uma república (que só veio em 1889), terceiros uma federação (como a dos EUA). Todos os interesses das (ainda pequenas) elites parasitárias (traficantes de escravos, fazendeiros, senhores de engenho, pecuaristas, comerciantes, padres e advogados envolvidos com o poder) foram preservados, mantendo-se, evidentemente, apesar da elaboração de uma das Constituições mais liberais e avançadas do mundo, a Constituição de 1824. No papel, o Brasil era liberal, na prática, escravocrata. Essa falta de sintonia entre o que as leis prescrevem e o que é, na verdade, a realidade, continua até hoje. As mentiras que as leis contam são flagrantes, a começar pelas emblemáticas frases de feito de que “todo o poder emana do povo”, “todos são iguais perante a lei” etc. Infelizmente, coitado do povo, tanto antes como dois séculos depois, continua repleto de ignorância, de ódio, de desconfiança, de revolta,, enojado com as iniquidades, as injustiças e as desigualdades, geradas por uma classe dominante parasitária, sobretudo a política que tudo faz para que nada se altere, para que as fontes da sua parasitagem não sequem jamais. Queremos um Brasil ético!
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

 

Desmonte

O excelente texto publicado na coluna Visto, lido e ouvido (3/9, pág. 11), no meu ponto de vista, é o espelho refletido da situação corrente do nosso país. O assunto é o desmonte da Lava-Jato. A maior operação de combate à corrupção jamais vista no país e que deu esperança de dias melhores à população brasileira. O que se observa é o descalabro de decisões das mais altas Cortes do país que vem favorecendo, dia a dia, esses poderosos corruptos que desviaram quantias inimagináveis dos cofres públicos. A máxima, agora, é a possibilidade do retorno à cena, desses mesmos corruptos fichas sujas, dessa vez, com o beneplácito e proteção da própria Justiça para, novamente, sob imunidade, terem a possibilidade de se locupletarem com os recursos públicos. Estão brincando com coisa séria. O espírito de animosidade pode aflorar na população.
» Wilmar Salles,
Brasília


Grafiteiros

Há cerca de um mês, quando foram concluídas as obras nas tesourinhas da 115/215 Norte, um leitor fez uma sugestão muito interessante: que aquela área fosse entregue aos grafiteiros da cidade para que ali realizassem suas obras. E agora eu reforço essa ideia, quando estão sendo finalizadas as obras nas tesourinhas 102/202 Norte. Que tal a Secretaria da Cultura do GDF, ou a Novacap, convidar os grafiteiros para exporem suas obras naqueles locais, distribuindo prêmios e menções honrosas para os artistas? Seria mais uma maneira de embelezar a cidade, assim como o fez Ozanan Coelho espalhando seus belíssimos jardins nas rotatórias de Brasília. O Rio de Janeiro fez isso na região do cais, colocando painéis lindos onde, antes, era um paredão sem graça que se tornaram, hoje, ponto turístico muito frequentado. E mais, como os grafiteiros se respeitam, ao passarmos pelas tesourinhas estaríamos nos deliciando vendo belas obras, em vez de pichações horrendas.
» Paulo Molina Prates, Asa Norte

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