O Brasil precisa de um projeto de país para tirar a nação do atoleiro da recessão econômica, do desemprego recorde e da taxa de investimento mais baixa da história. Como não há uma agenda de país, o governo deixa de governar e se torna mero bombeiro: apaga incêndios, tenta resolver crises emergenciais com soluções paliativas e abusa das polêmicas e do populismo para alimentar a base de fiéis seguidores. Felizmente, a sociedade civil começou a se mobilizar para preencher o vácuo de liderança.
O Movimento #UnidosPeloBrasil (www.unidospelobrasil.com.br) criou uma agenda de país capaz de unir a sociedade civil, o parlamento e o governo em torno de uma pauta objetiva de prioridades de curto prazo para ser aprovada até dezembro. É urgente estabelecer uma agenda de prioridades para ressuscitar a economia, o emprego e a renda dos brasileiros, que foram dizimados durante a pandemia.
Pensando em agenda positiva e pragmática de curto prazo, até o final de 2020, o #UnidosPeloBrasil criou uma agenda propositiva para atacar três pilares: tirar o país da recessão e do desemprego, avançar com as reformas de Estado e atacar a desigualdade social, que se agravou durante a pandemia. Esses pilares embasaram a escolha das medidas prioritárias. São 25 projetos de lei e duas reformas constitucionais (administrativa e tributária) que mudarão o destino do Brasil — se aprovadas pelo Congresso. A agenda é capaz de restaurar a confiança no país e atrair grandes investimentos privados em infraestrutura que reavivarão a economia, gerarão emprego e resolverão o grande gargalo da baixa produtividade nacional.
A confiança é o elemento vital para impulsionar o crescimento econômico, a criação de empregos e a volta do investimento privado. Confiança é construída com previsibilidade de políticas públicas, estabilidade das regras do jogo e credibilidade das instituições. A aprovação da agenda do #UnidosPeloBrasil ajudará a reconstruir a confiança e a esperança no Brasil. Mas, para transformá-la em decisões concretas, teremos de mudar de atitude e de comportamento.
Primeiro, o parlamento terá papel protagonista na aprovação da agenda reformista. Trata-se de oportunidade ímpar para o Congresso ocupar o vácuo de liderança política e reconstruir a credibilidade perante a opinião pública. Os parlamentares vêm dando sinais de que estão aptos a enfrentar a pressão do corporativismo público e privado que busca sabotar as medidas de combate aos privilégios e aos feudos de benefícios setoriais. Recentemente, o Congresso aprovou o novo marco do saneamento, comprometeu-se em manter o teto do gastos e vem liderando as negociações sobre a reforma tributária.
Segundo, a sociedade civil precisa se mobilizar não só para pressionar o Congresso como também para apoiar os parlamentares a votar as medidas modernizadoras do Estado. A mobilização cívica para aprovar o marco do saneamento básico e a pressão da opinião pública para coagir os deputados a vetar o aumento dos vencimentos dos servidores públicos retratam bons exemplos de sintonia fina entre Congresso e sociedade civil em torno das prioridades nacionais.
Terceiro, a agenda do #UnidosPeloBrasil ajuda a fortalecer a ala sensata do governo que trava disputa de poder com a ala oportunista e demagógica que aventa ressuscitar a fórmula suicida do governo Dilma Rousseff: aumentar o gasto público de maneira irresponsável para vencer as eleições. A fórmula desastrosa da líder petista acabou em impeachment da presidente, arruinou as finanças do país e deixou como herança calamitosa de recessão econômica e 13 milhões de desempregados.
Se nos unirmos como nação em torno da aprovação dessa agenda de país, vamos ser capazes de colocar o Brasil novamente no caminho do crescimento econômico, da estabilidade democrática e da paz social e de superar o radicalismo político, o populismo e o cinismo que nos impedem de construir as pontes do entendimento, da tolerância e da união em torno de uma agenda de país.
* Cientista político, fundador do Centro de Liderança Pública (CLP), coordenador do #UnidosPeloBrasil
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