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Correio Braziliense
postado em 09/09/2020 22:09

Fé e anistia

Quem nunca ouviu esta frase: “quer ficar rico, crie uma igreja”. Não se pode negar que ainda há algumas denominações religiosas que não fogem do papel principal, semear a palavra de Deus para o bem espiritual, ou seja, o Evangelho pregado com a finalidade de preparar o homem para alcançar a vida eterna. É um número pequeno. O que mais se vê, hoje, são igrejas que pregam o evangelho direcionado para o material, prometendo prosperidade. E, com isso, lotam templos e salas de oração, onde incautos vão em busca de realizar o sonho de possuir carros, apartamentos, empresas, fazendas e tantos outros bens, e não se preocupam com a riqueza espiritual. Os pregadores usam de discursos que induzem os fiéis a acreditarem que conquistarão os seus intentos. O que tem de templos suntuosos e igrejinhas por aí com a finalidade única de arrecadar é inacreditável. Tosquiar as ovelhas para construir verdadeiros impérios, eis a questão. Pergunto: será que é justo o governo perdoar dividas R$ 1 bilhão das igrejas? Caso seja concedido esse perdão, será um desrespeito com o contribuinte que trabalha 150 dias durante o ano só para pagar imposto e que, todos os dias, vê a ameaça de ser criado mais um tributo. É o toma lá dá cá imperando no nosso Brasil.
» Jeovah Ferreira,
Taquari


Deltan Dallagnol

Não foi só sobre o foro privilegiado de Flávio Bolsonaro que o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes falaram na última reunião que tiveram pessoalmente, há 10 dias. Os dois também pautaram e discutiram os processos contra o ex-coordenador da Lava-Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol. Tanto Aras quanto Gilmar Mendes são conhecidos críticos do procurador e da atuação da Lava-Jato de Curitiba. Bastaram as ações serem acertadas na reunião de ambos, que, na semana seguinte, Gilmar liberou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a retomar o julgamento de dois processos disciplinares contra Deltan. Pasmem, as ações haviam sido travadas pelo decano Celso de Mello. No entanto, Gilmar atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União, que alertava para o risco de prescrição dos processos antes de serem avaliados. Os casos, que estão relacionados a manifestações do procurador nas redes sociais, foi julgado na terça-feira (8/9) na sessão do Conselho do MP, e Deltan recebeu a punição de “censura”. Diante desse aniquilamento perseguidor contra Deltan, constata-se que alguns servidores públicos, que deveriam se manter distante das questões políticas e ser, sobretudo, técnicos, não o fazem. As atribuições dos servidores deveria recolher-se ao papel de guardião da Constituição Federal. O procurador Deltan agiu nas redes sociais em defesa da causa anticorrupção e foi punido por esse manifesto. Tem cabimento essa punição? Na outra ponta, diversos procuradores alinhados ao presidente Jair Bolsonaro e ao procurador-geral da República, Augusto Aras, seguem se manifestando politicamente sobre todos os temas possíveis, mas o conselho parece ignorá-los.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Clara

 
Renan Calheiros

Agora que se fala numa possível e imoral recondução do encorpado Davi Alcolumbre para a presidência do Senado, e, também, diante da punição do MP ao procurador Deltan Dallagnol por interferir na eleiçao para a presidência da Casa Legislativa, em 2018, manifestando-se contra a eleição do senador Renan Calheiros, é oportuno recordar o que escrevi em fevereiro de 2019, sob o título “Renan vencido pelo ódio e pelo jogo sujo”. Não mudo nem as vírgulas. Manter Alcolumbre como presidente do Congresso Nacional, sob alegação de garantir a “governabilidade”, continua cheirando mal para o Legislativo.
» Vicente Limonge,
Lago Norte


Água

A Caesb quer atribuir a eventuais vazamentos os valores absurdos das tarifas de água e esgoto. Sabe-se que a causa, embora não sejam descartáveis, não são os vazamentos. O exorbitante aumento decorre da mudança da fórmula criada para calcular a tarifa. Em plena crise sanitária e econômica, a estatal veio com mão grande e pesada sobre o bolso dos usuários. Fico imaginando o que será do cidadão se a estatal for privatizada, como defendem os neoliberais de plantão. A população que não tiver poder aquisitivo não terá acesso à água, elemento indispensável à vida. A sinalização foi dada pelos valores hoje cobrados pela empresa governamental.
» Evaristo Carvalho,
Lago Norte

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