Ganha o Brasil quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fumam o cachimbo da paz, depois de vários episódios turbulentos que afastaram as duas lideranças, primordiais para o andamento das reformas estruturantes e a criação do programa social Renda Cidadã, sem estourar o teto de gastos, conforme prometeram. O país não pode abrir mão dessa âncora fiscal que impede gastos públicos acima da inflação do ano anterior, sob o risco de ver virar fumaça os tão esperados investimentos para recolocar a economia nos trilhos do desenvolvimento sustentável.
Espera-se que esse entendimento perdure por bastante tempo, para o bem do Brasil e de sua população, às voltas com uma segunda recessão em cinco anos — a primeira provocada pela política econômica irresponsável de Dilma Rousseff e a outra pela pandemia do novo coronavírus. Tanto Maia quanto Guedes deram demonstrações públicas de que o acerto entre eles é para valer e se comprometeram em dar andamento às reformas, sobretudo a tributária e a administrativa, além de achar uma saída factível para o Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família e o auxílio emergencial, que expira em dezembro.
O deputado é peça fundamental para a tramitação da agenda econômica do governo no Congresso e o Planalto tem pressa em colocar essa agenda em pauta. Isso porque Rodrigo Maia deixa a Presidência da Câmara em fevereiro, caso não vingue a tentativa do presidente do Senado, David Alcolumbre, de reeleição nas duas casas legislativas.
No intervalo do encontro de anteontem, Maia pediu desculpas publicamente por ter chamado o ministro da Economia de “desequilibrado”, depois de Guedes ter afirmado que o parlamentar estava pactuado com a oposição para travar o programa de privatizações do governo federal. Guedes, por sua vez, disse que caso tenha ofendido o presidente da Câmara ou qualquer outro político pedia desculpas e que não via o caso como um problema.
O importante é que os dois, durante o jantar de aproximação, se comprometeram a trabalhar juntos para a aprovação das medidas que o país reclama e a criação do Renda Cidadã, tendo como bússola o respeito ao teto de gastos, já que a condição fiscal preocupa, e muito. Guedes chegou a dizer que a situação fiscal do Brasil é “dramática”.
É necessário que o entendimento prevaleça entre os poderes Executivo e Legislativo, para que o país não fique mais em compasso de espera para que as medidas necessárias para o seu crescimento sejam tomadas. E que prevaleça o diálogo, sempre, quando houver ruídos entre autoridades decisivas para o futuro do Brasil, caso do presidente da Câmara e do condutor da política econômica.
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