Crise, leis e teletrabalho
Num ambiente de incertezas e vacilos, como temos visto tanto na área econômica quanto na política e mesmo no âmbito do Judiciário, resta-nos esperar pelo desfecho geral que, necessariamente, virá no pós-pandemia e que, segundo previsões gerais, não será nada fácil. Até mesmo no politizado ambiente da saúde pública, e que seria tão urgente e necessário neste momento, governos federal e estaduais, além de não se entenderem sobre estratégias no combate ao coronaviírus, ainda têm rendido trabalho extra para a polícia.
Nas diversas frentes abertas em investigações para apurar boa parte do paradeiro dos recursos destinados ao enfrentamento da doença, os milhões de reais vão sendo encontrados em cuecas, em adegas de vinhos caros, em carros de luxo, em casas de prostituição e outros ambientes insalubres, desaparecendo como por magia, da noite para o dia. Neste cenário, o Brasil que espera os seus claudicantes administradores em 2021 será marcado por crises que vão muito além da imaginação e da capacidade de gestão desses personagens.
Com um cenário dessa natureza que vai se armando à frente, o perigo maior é ter de contar com esse time de pernas de paus, formado pelo escrete atual de nossas lideranças públicas. Interessante observar que o Brasil que continua funcionando e que não parou um só instante durante essa pandemia, é formado apenas por cidadãos que vivem e trabalham longe da ação atabalhoada dos governos, sobrevivendo distantes das armadilhas e entraves político-administrativos inventados por burocratas que não têm o que fazer. Exemplo desse Brasil que tem pressa em sair da melhor forma possível dessa pandemia é composto por milhões de brasileiros que abraçaram e vão aperfeiçoando a cada dia o teletrabalho, mesmo às custas de longas jornadas, tudo para que o país não entre também em compasso de espera. A necessidade, diz, ditado antigo de Portugal, faz o sapo pular, é mãe da invenção e da indústria, faz a razão e ensina a rezar, além de, em momentos de crise, fazer as leis e aguçar o engenho.
Com tudo isso, é que tem sido possível o processo de continuidade e o girar tanto da máquina pública quanto de outras múltiplas atividades laborais. Por isso, causa preocupação o anúncio feito agora de que políticos, em consonância com os parasitas sindicais, estudam a criação de um conjunto de leis regulamentando o teletrabalho, estabelecendo normas que precisam ser observadas por patrões e empregados no exercício do home office.
Embora não se descarte a necessidade de estabelecimento de critérios justos para a realização do teletrabalho, o perigo é, mais uma vez, a burocracia kafkiana ressurgir na forma de exigências que atendam políticos do governo e sindicalistas ligados a partidos, todos desejosos em criar normas que tragam benefícios não ao trabalhador, mas a si próprios. O mais danoso seria estabelecer diretrizes legais rígidas para uma experiência totalmente nova e revolucionária, como a trazida pelo home office, em plena pandemia e na proximidade de novas eleições, longe do olhar dos trabalhadores.
O perigo com a criação de normas mal feitas, costuradas de forma apressada e sem consulta ampla é que elas podem não apenas desestimular e acabar com o teletrabalho, como deixar milhões de novos desempregados, tudo em nome de um Estado que sempre se prestou a beneficiar o andar superior.
A frase que foi pronunciada:
“Não existe dignidade no trabalho quando nosso trabalho não é aceito livremente.”
Albert Camus, jornalista, escritor, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia
Trem bom!
Parcerias com o Ministério da Infraestrutura compartilham conhecimento em cursos que vão até novembro. “O governo federal está iniciando, a partir desse acordo, tratativas para propor novas políticas públicas que irão viabilizar o transporte ferroviário de passageiros. Acredito que com essa capacitação, teremos grandes avanços técnicos para o segmento e conseguiremos consolidar e potencializar o turismo e a economia do país”, afirmou o secretário da SNTT, Marcello Costa.
Ilegal/legal
Mais uma regularização que deixa a população da região de cabelo em pé. Desta vez, é a bela região da Vargem Bonita. Segue a primeira etapa que consiste em verificar se a área está localizada em acordo com o PDOT no que diz respeito à área passível de regularização.
Defenda-se
Centenas de alunos que tinham no complexo Esportivo Claudio Coutinho, Defer, a oportunidade de desenvolver aptidões no desporto, até competindo nacionalmente em salto ornamental, natação, karatê, estão desolados com a ordem de saída do local depois da parceria Arena BSB.
História de Brasília
No supermercado da Asa Norte, a carne chega somente às 15 horas. Pela manhã, não há. Outro dia, o açougue funcionou só até 18 horas, porque não havia luz. Assim, vive-se na Asa Norte. (Publicado em 19/1/1962)
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