Em meio a toda discussão sobre vacinação compulsória e a compra (ou não) de 46 milhões de doses de Coronaac, baseada mais em politicagem barata do que no debate científico em si, o fato mais importante da exploração espacial em 2020 ocorreu a mais ou menos 330 milhões de quilômetros daqui: a sonda OSIRIS-REx tocou e coletou amostras do asteroide Bennu. Trata-se de rochedo relativamente pequeno, de pouco mais de 500m de diâmetro, mas bem antigo, teria sido formado nos primeiros 10 milhões de anos do sistema solar, segundo cálculos de pesquisadores.
Mas o que isso tem a ver com o momento em que vivemos? Bem, caro leitor, tudo. É a vitória da ciência, das projeções, dos cálculos feitos e refeitos centenas de vezes. Para nós, sociedade civil organizada, poder acompanhar a história ser escrita diante dos nossos olhos é um privilégio.
Vídeos e fotos estão disponíveis nos principais sites noticiosos, bem como nos portais de divulgação científica. O toque de seis segundos no asteroide, no entanto, é apenas mais um capítulo de um estudo que começou há mais de uma década e meia, cuja sonda só foi lançada ao espaço em 2016, e está longe de chegar ao fim.
Para a pesquisa ser concluída com sucesso, a sonda precisa retornar à Terra, o que deve ocorrer em 2023, e o material coletado começar a ser analisado. O resultado em si só saberemos daqui a anos. Paralelamente, diversos outros estudos são realizados em milhares de universidades pelo mundo, nas mais diversas áreas. Muitos têm uma utilidade imediata, como os que envolvem a covid-19, em relação à vacina, forma de transmissão, prevenção, testagem da população etc.
Claro que a ciência está sujeita a erros. Não é infalível e está sempre sujeita a revisão. Mas, hipóteses e teorias são bem diferentes do achismo. São apresentadas com base em estudo e análise de dados. Ignorar a opinião científica é um erro que impacta na saúde e bem-estar da população. Leve-a sempre em conta nas suas análises. Com certeza, estará bem mais próxima da verdade do que a mensagem apócrifa no WhatsApp.
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