Daqui a exatas nove sextas-feiras estaremos em um novo ano. Como de praxe, na noite anterior, promessas e esperança de um ciclo bem melhor que o que termina farão parte da maioria das celebrações. Longe de um exercício de futurologia, mas o recrudescimento da pandemia do novo coronavírus na Europa Ocidental traz uma grande dose de incerteza para os próximos meses. Teremos um remake de 2020 ou o filme ainda está longe do fim?
O pronunciamento do presidente da França, Emmanuel Macron, é extremamente preocupante. Ao anunciar o lockdown de um mês, mantendo apenas as atividades essenciais, afirmou que a segunda onda será muito mais difícil que a primeira. A justificativa para um novo sacríficio econômico é para evitar uma avalanche de casos de covid-19 no outono e inverno europeu bem maior do que a registrada no primeiro semestre deste ano. Sem a certeza da eficácia de uma vacina, que ainda segue em fase de testes, é a medida a ser tomada. Não há dúvidas disso.
No Brasil, por sua vez, vivemos um momento oposto. Se na Europa Ocidental há a aceleração de contágios e casos fatais, aqui presenciamos semana a semana a redução dos índices, sem esquecer que houve também uma sensível diminuição na quantidade de testes realizados. Mas, desde já, as autoridades federais e estaduais precisam ter em mente o que será feito caso ocorra uma aceleração na disseminação do novo coronavírus. Afinal, a pandemia não acabou e há pressão sobre o sistema de saúde em algumas capitais, como Manaus e Belém. Planejamento agora é o que pode evitar a não expor a população ao mesmo cenário no ano que vem.
Avalio que é possível continuar com o comércio aberto se medidas protetivas forem tomadas. Se for necessário reduzir a circulação de pessoas, que a quarentena seja parcial. Para o dono de um restaurante, de uma forma geral, é muito melhor ser obrigado fechar às 22h, para diminuir a circulação de pessoas na rua, do que ter que depender apenas do delivery e do take-out, por exemplo.
Os últimos sete meses deixaram lições enormes. Vidas não foram salvas, tendo em vista que o Brasil se aproxima dos 160 mil mortos, nem a economia segue nos eixos. Deficit fiscal enorme, desemprego, endividamento, dólar nas alturas. O cenário de desarranjo está aí. Em 2020, a onda chegou e varreu tudo rapidamente. Para 2021, essa desculpa não cola. Há tempo para se preparar.
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