Discordância leal
As quatro cartas publicadas no Correio (30/10) estão no mesmo diapasão: comentando as declarações desastradas do nosso presidente da República. Usando as palavras do general Rêgo Barros, o presidente precisa de assessores que lhe façam uma “discordância leal”, chamando-lhe a atenção de que a pessoa física de Jair Bolsonaro não pode, e não tem o direito de expor ao ridículo a pessoa do presidente da República. Agora mesmo, necessário se faz que o presidente caia em si e peça desculpas ao povo maranhense pelas palavras infelizes que proferiu, atacando uma bebida que é um patrimônio do Maranhão. Lamentável.
Paulo Molina Prates, Asa Norte
Nova guerra
Mais uma batalha desponta no front. O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que o governo comprará a vacina chinesa em produção em parceria com o Instituto Butantan, com financiamento do governo de João Doria, potencial adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022, na disputa pela Presidência da República. O presidente repetiu, por diversas vezes, que a vacina chinesa não será comprada. Não satisfeito, humilhou o ministro Eduardo Pazuello que, às vésperas, havia anunciado a compra do imunizante para os governadores. O general Pazuello foi obrigado a se submeter aos caprichos do capitão inquilino do Palácio do Planalto e gravar um vídeo, ao lado do presidente, e admitir que cumpre as ordens do chefe. Foi constrangedor. Bolsonaro não conseguirá, suponho, fazer o mesmo com Mourão. Teremos ou não vacina chinesa? O melhor da história é que não precisaremos pagar. Tanto os próximos rounds quanto a vacina serão distribuídos gratuitamente.
Euzébio Queiroz, Octogonal
Muros em queda
Excelente o artigo Quando os muros desabam (27/10, pág.8), do jornalista André Gustavo Stumpf. Fez referência à repercussão da queda do muro de Berlin e chama atenção para fatos importantes transcorridos na última semana e que terão forte impacto em futuro próximo. O primeiro deles foi a admissão pelo papa Francisco de que, todos, independentemente de sua tendência sexual, têm direito a ter uma família e de estarem legalmente protegidos. Como foi firmado no artigo, trata-se de assunto sério e que mexe com os fundamentos e dogmas da Igreja Católica, estabelecidos ao longo dos séculos. O outro assunto é sobre a nova forma de medir o Produto Interno Bruto de um país, desenvolvido pelos técnicos do FMI. Finalmente descreveu sobre a tecnologia 5G, que sabemos avançada na China, e o nosso país em meio ao embate de interesses de Estados Unidos, China e 5G. Compensa ler.
Vilmar Oliva de Salles, Taguatinga
Custo de vida
O custo de vida está nas alturas. Cada vez que se vai ao supermercado, menos alimento o brasileiro leva para casa. Ponho-me a imaginar como está sendo a vida dos quase 14 milhões de desempregados do nosso país. Se está difícil para quem tem trabalho, imagine para quem não tem. Arroz, óleo de soja, tomate, leite e carnes são alimentos que se destacam no aumento dos preços. Mas um alerta aos brasileiros que estão com dificuldade de atender às necessidades do estômago: é melhor não reclamar ao presidente Bolsonaro. Vai doer menos. Um homem que o abordou no domingo (25) na feira permanente do Cruzeiro, DF, pedindo para que baixasse o preço do arroz, teve uma resposta que não deveria ser a resposta dada por um governante. Todo cuidado é pouco. Coma menos, mas diga que está satisfeito.
Jeovah Ferreira, Taquari
Jardim do Éden
Mais uma vez, a sociedade se depara com a benevolência do ministro “garantista” Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado distrital José Gomes (PSB/DF), condenado por abuso de poder econômico, foi acusado de coagir funcionários da própria empresa (Real JG Serviços Gerais), submetidos a odioso processo de assédio, para votarem nele nas eleições de 2018. Em abril do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) havia determinado a cassação do mandato parlamentar. Segundo o entendimento daquela Corte, à época, ficaram comprovadas as irregularidades na campanha de 2018. Os advogados de defesa recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no entanto, os argumentos da defesa foram rejeitados integralmente pelo relator Og Fernandes e pelos ministros Luis Felipe Salomão, Alexandre de Moraes e Sérgio Banho, confirmando a cassação do parlamentar. Para Moraes, a acusação apresentou provas robustas contra José Gomes. Não obstante, agora, o ministro Dias Toffoli reúne precedentes que, de há muito, admitem a suspensão de decisões de TSE, quando evidenciado o risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Pasmem, eis que, agora, reconsiderou sua decisão anteriormente proferida para dar prosseguimento ao agravo. Desta forma, o ministro deferiu medida liminar para suspender a cassação do mandato do parlamentar, até o julgamento definitivo. Em suma, julgamento sine die. Quem sabe, assim, o político termina o seu mandato? O “Jardim do Éden”, continua a brotar flores tóxicas.
Renato Mendes Prestes, Águas Claras
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