Donald Trump ou Joe Biden? O republicano ou o democrata será responsável por tornar os Estados Unidos o mundo perfeito, pacífico para a Copa 2026. Sim, é a maior potência econômica. Partimos do princípio de que está tudo pronto para o torneio começar, hoje, se for preciso. Não é bem assim.
Lançada em 1930 com 13 participantes, a Copa terá upgrade em 2026. Pela primeira vez, ocorrerá em três sedes: EUA, Canadá e México. Com formato novo: 48 seleções. Eram 24 na versão de 1994.
Os EUA estão em campo contra o racismo, a xenofobia, a intolerância religiosa e outros preconceitos. Deflagraram protestos no mundo. Trump e Biden sabem: o país está no centro destas questões.
Vice de Barack Obama de 2009 a 2017, Biden foi a três Copas como enviado da Casa Branca. Estava na abertura, na África do Sul (2010). Apareceu no Brasil (2014). Viu Gana 1 x 2 EUA. Chegou atrasado à Arena das Dunas, em Natal. Perdeu o gol de Dempsey, aos 28 segundos. Pintou na final da Copa Feminina no Canadá (2015): EUA 5 x 2 Japão. Conhece o padrão Fifa. Porém, não é só futebol.
Biden enxerga além da bola. Vislumbra na Copa 2026 oportunidade para debater a desigualdade de gênero no esporte mais popular do mundo. Mandou recado à Federação de Futebol dos EUA (US Soccer) sobre a resistência à isonomia salarial entre homens e mulheres. “Quando for presidente, podem procurar outro lugar para bancar a Copa do Mundo”. Entre os apoiadores de Biden, está a ativista Megan Rapinoe — atacante eleita melhor jogadora do mundo pela Fifa no ano passado.
Biden tem esporte na veia. Foi halfback/wide receiver no time de futebol americano no ensino médio. Ajudou o Archmere Academy a fechar o ano invicto e campeã da conferência. Também jogou beisebol. Na faculdade, defendeu o elenco de calouros da Universidade de Delaware.
Trump causa arrepios na Fifa. A entidade fala em suspensão do visto para a Copa 2026. O atual presidente insiste em erguer muros para blindar as fronteiras dos EUA do vizinho México. Defende barreiras para a entrada de imigrantes muçulmanos no país.
Em 2018, Trump gabou-se da volta da Copa aos EUA: “Trabalhei duro nisso com uma equipe talentosa e será uma grande Copa”, promete. Depende. Recentemente, Trump avisou que não assistirá à MLS e ao NFL caso jogadores se ajoelhem no hino nacional em protestos contra o racismo.
Apesar da bipolaridade, ele tem relação com esporte. No ensino médio, praticou futebol, em 1963, no New York Military Academy. Cogitou até comprar o San Lorenzo-ARG ou o Atlético Nacional-COL.
O mandato do presidente eleito terminará em janeiro de 2025, ou seja, um ano e meio antes da nova Copa. Com Biden ou Trump na Casa Branca, a chamada família Fifa terá dor de cabeça antes do Mundial 2026. Cá entre nós, isso não é nada para quem aprendeu a lidar com o Brasil, em 2014.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.