Educação

SACHA CALMON
postado em 31/10/2020 21:28 / atualizado em 01/11/2020 08:21
 (crédito: Maure)
(crédito: Maure)

O grande motor de crescimento econômico e, ao mesmo tempo, redutor das desigualdades sociais é a educação de todos os jovens de uma nação, desde o ensino básico ao superior (este último, ao menos para 5% da população na faixa etária entre 20 e 35 anos (a meta desejável ideal). Quanto à preferência disciplinar, é fundamental que os cérebros superiores se voltem às ciências estruturantes (microbiologia, física quântica, químicos, engenharia espacial, matemáticas).

O agronegócio, as máquinas ultramodernas e o espaço sideral são áreas especiais, sem falar na medicina profunda, antiviral e antibacteriana. Se um país se deixar atrasar um pouco — falo de governos —, que a economia deve ser tocada pelos particulares, para se jogar de corpo e alma na educação, desde o pré-primário até os pós-doutorados, nas aéreas mais requisitadas para crescer com qualidade no século 21, que isso seja feito aqui e agora.

Até o ano 2050, saberemos quais serão os países líderes mundiais. Para se ter uma ideia, hoje, só é possível ir e voltar da estação espacial internacional, que está bem longe de nós, pela via dos contratos com a Rússia. As cápsulas espaciais Suyuz e os foguetes ultrassônicos russos são os mais eficientes, rápidos e adequados para a abordagem da estação espacial, de resto apolítica, um dos raros casos de cooperação entre as nações da Terra que, a esta altura dos acontecimentos, dão-se ainda ao luxo tolo de lutar por hegemonia política (egoísmo institucional).

A época das grandes guerras deve entrar em nossas mentes, como coisas do passado, além de serem imbecis resquícios do paleolítico em que os animais se comiam para sobreviver. Mas, sobreviver para quê? Não, certamente, para sermos eternos, já que reles mortais somos nós todos, nem para ir ter com Deus, nem com o diabo, ideias vencidas pelo humanismo a-religioso de século 21, cuja ética é imanente à dignidade básica do ser humano, sem promessas infantis de recompensas ou castigos eternos, porquanto não somos nem pirralhos nem indignos por cometimento de um “pecado original”, uma espécie de defeito a nós próprios imputado, como mácula indelével com a pena passando da pessoa do infrator para todas as gerações futuras, vez que essa mácula está na origem da espécie humana no planeta Terra, segundo a Bíblia e o Corão.

Para o espiritismo, estamos aqui sendo testados a cada encarnação, para evoluirmos até chegarmos à santidade. Os budistas pensam do mesmo modo. Convenhamos, qual o motivo dessas divagações? Ocultar que Deus não está nem aí para a “condição humana”, somos apenas animais pensantes. Não existe nenhum pecado original e, sim, a evolução da espécie para o alto, cada vez mais.

Hoje, qualquer código penal impossibilita a transmissão das penas às futuras gerações. Assim sendo uma falta original a ser paga por todas as gerações futuras é uma balela ilógica! A educação é para chegar ao domínio das técnicas científicas do bem viver, e do saber fazer tudo que for necessário para isso.

Quem não desejou transcender ao seu tempo de vida no planeta para ver como será o mundo no futuro e, mais que isso, como será o futuro do homem em si; como serão as instituições e a organização. A paresia, “quando o lobo viverá ao lado do cordeiro”, tem sido uma aspiração do espírito humano com repercussões nos livros sagrados do nosso passado mais vetusto, desde o Maabárata hindu, o Talmud dos hebreus, o zoroastrismo, o budismo zen, e está na bíblia cristã.

Pois, que seja assim. Que o mundo não mereça nenhum apocalipse, quando sobre nós cairão as estrelas do céu, mas um futuro risonho e maduro, habitado por seres que serão como as da mitologia grega, dotados do prazer de viver sem temer a morte, fonte de descanso e paz. E que cheguem a esse estágio todos os viventes por força da educação e do saber, sem medo de maldições sacerdotais.

A sobrevivência é da espécie, mas a morte é individual. Daí essa preocupação com a vida após a morte. Mas a morte é descanso e paz. Não se precisa inventar espíritos eternos vagando pelo universo em corpo e alma. Assim como somos? Com necessidades fisiológicas? A alma? Sem corpo, o que vem a ser? Um ectoplasma, uma nuvem? Um pensamento? Tudo isso vem do medo da morte, já diziam as correntes céticas dos filósofos gregos. Ó Deus, aparecei para acabar com essas divagações, num dia esplendoroso, para que possamos vê-lo ou então que deixe o espírito humano livre de maldições no gozo de seus poderes e limitações, ou melhor, que o espírito humano se livre de crenças em fantasmas e abstrações sem nenhuma comprovação, pelo contrário.

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