Consciência negra
O Brasil é o segundo território, depois do continente africano, com a maior população negra. Durante a história, os negros foram vítimas da escravidão e do racismo, que ainda persiste nos dias atuais, mesmo sendo considerado crime imprescritível e inafiançável. Diante disso, pode-se considerar como causa a falta de diálogo e certas atitudes e posicionamentos racistas ainda camuflados na sociedade. “Negra de alma branca”. Foi assim que o escritor Monteiro Lobato se referiu à personagem Anastácia (negra) em seu livro do Sítio do Picapau Amarelo. Apesar de ter sido escrita em uma época, quando o racismo ainda não era repudiado, a expressão, assim como outras, ainda são usadas para se referir à população negra. Expressões como “cabelo ruim” e “tuas nega”, por exemplo, são discriminatórias, pois reforçam o racismo e o transmitem de geração para geração. Outrossim, está na representatividade negra na sociedade. A mídia “vende” a imagem de um corpo negro como típico do carnaval, do candomblé, da favela, do futebol, como pessoas exóticas dentro da sociedade, o que alimenta o estereótipo e deixa a discussão do combate direto ao racismo em segundo plano, como no Dia da Consciência Negra. Fica claro, portanto, que é preciso combater certas atitudes cotidianas relacionadas à discriminação racial. Para isso, é preciso que a sociedade reflita sobre frases racistas corriqueiras e manifeste seu repúdio nas redes sociais, com o intuito de conscientizar o outrem. O meu texto é um lugar onde a minha preta se sente em casa. Sou seu companheiro branquelo, com muito orgulho!
Renato Mendes Prestes, Águas Claras
Diversidade
A vitória nas urnas dos candidatos trans e travestis alegrou corações. Significa a valorização do ser humano. É a dignidade ganhando espaços. A diversidade política engrandece a democracia. Fortalece o voto. Todos, sem exceção, merecem respeito e honras. Nesse sentido, a colunista Samanta Sallun (18/11) destaca a semana que homenageia o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e o Dia da Consciência Negra. Justo. A mulher é o céu. A nuvem, o vento. O Sol que não se apaga. É o fogo brilhando. O encantamento. O sublime nos olhos. É a luz eterna, o fôlego que ensina. É a flor valorosa. O estalo da vida. O prazer do convívio. É o sonho acalentado. A pureza da vida. O sentimento do amor. É o culto da ternura. O bálsamo que alivia. O sorriso que comove. É a paz que nos vence. O sopro que fascina. O castelo da fé. É o berço da ternura. O porto divino do amor. É conviver no paraíso. É a chama do amor infinito clamando o dia.
Vicente Limongi Netto, Lago Norte
Ficha limpa
Segundo frase atribuída a Maquiavel, “aos inimigos, a lei; aos amigos, os favores”. Se a deputada Erika Kokay quer “devolver os direitos políticos” ao ex-presidente Lula, que apresente projeto (desde já, eivado de inconstitucionalidade, dada a ausência de caráter impessoal) para revogar a Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio Lula em 2010. Isso seria um contrassenso ao histórico da própria deputada, que, em 2011, apresentou projeto de lei que impede a nomeação de pessoas condenadas pela Justiça para cargos comissionados no governo federal, justificando, segundo consta no site da deputada, aproveitar o advento da Lei da Ficha Limpa para estender as condições de acesso a cargo público aos comissionados (fonte: http://www.erikakokay.com.br/artigo/ver/id/1763/titulo/erika-propoe-ficha-limpa-dos-comissionados). Impressionante como, na política, os fins justificam os meios.
Ricardo Santoro, Lago Sul
Panos quentes
O vice-presidente Hamilton Mourão virou babá do presidente Bolsonaro, que nem conversa com ele e não esconde isso de ninguém. É fato público: o general tenta colocar panos quentes nas barbaridades do capitão. Agora, vem minimizar a declaração do presidente de que denunciaria, com provas, os países que compram madeira ilegal do Brasil. Ora, se há ilegalidade, o motivo foi a abertura da porteira para a boiada passar pelo ministro do Meio Ambiente, que tem uma política e toma decisões predatórias em relação ao patrimônio natural do país. A ilegalidade é de dentro para fora, não o contrário. De mais a mais, toda semana Bolsonaro cria um conflito com alguém, seja dentro, seja fora do país, ofende os brasileiros e está pouco se lixando para o que ocorre com sociedade, despedaçada pelo novo coronavírus. Violência, truculência, insensibilidade, belicismo são traços do perfil do presidente. Nem as altas patentes das Forças Armadas estão aguentando mais o capitão. Bolsonaro deixará o Brasil muito pior do que encontrou. Não adianta culpar a pandemia. Embora a crise sanitária tenha comprometido a saúde financeira do planeta, aqui, a situação é agravada pela falta de governo e de ações positivas para retirar o país do atoleiro.
Euzébio Queiroz, Octogonal
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