Dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, seis foram eliminados de torneios internacionais por times argentinos neste ano: São Paulo, Atlético-MG, Flamengo, Fortaleza, Athletico-PR e Vasco. Esse número pode chegar a sete se o Inter não virar o jogo contra o Boca Juniors na partida de volta das oitavas de final da Libertadores. O Colorado perdeu a partida de ida por 1 x 0 na última quarta-feira, no Beira-Rio, em Porto Alegre.
Reparou os times? Líder isolado do Brasileirão, o São Paulo deu adeus à Libertadores na fase de grupos. Perdeu duas vezes para o River Plate — algoz do Athletico-PR nas oitavas. O tricolor paulista também conseguiu a proeza de ser varrido da Sul-Americana por outro argentino, o Lanús. Terceiro na Série A, o atual campeão continental Flamengo, cujo elenco é o mais caro e badalado da América do Sul, caiu diante do Racing no mata-mata.
Vice-líder do Nacional, o Atlético-MG deu vexame contra o Unión Santa Fé na primeira rodada da Copa Sul-Americana — espécie de segunda divisão da Libertadores. O São Paulo deu adeus contra o Lanús. O Fortaleza não foi páreo no duelo com o Independiente. O Vasco caiu em casa diante do Defensa Y Justicia, equipe bem modesta com sede na cidade de Florencio Varela, na região metropolitana de Buenos Aires.
Depois da pandemia, houve a propagação de algumas fake news. Disseram, por exemplo, que os times argentinos ficaram muito tempo parados, estavam sem ritmo de jogo e disputando um desinteressante torneio tapa buraco à espera da normalização do calendário para a retomada da Superliga Argentina, como é chamada a liga nacional da nação vizinha.
Quem não acompanha o futebol argentino caiu na prepotente armadilha brasileira de que seria fácil. Aos poucos, River Plate, Unión Santa Fé, Racing, Independiente, Lanús e Defensa Y Justicia foram minando a arrogância tupiniquim. O Boca Juniors pode ser o próximo carrasco. Está próximo da vaga às quartas da Libertadores depois de derrotar o Inter na ida.
Torcer não é proibido. Distorcer a realidade, sim. A Argentina vive uma grave crise econômica. As receitas financeiras dos times do lado de lá não se comparam com as de cá. No entanto, jamais menospreze o potencial de um argentino com a bola no pé. São tão bons quanto nós. Fábrica inesgotável de talentos. Criativos para driblar e vencer os perrengues da vida.
Nossos times são fregueses dos argentinos no ano, sim, mas a empáfia brasileira rebate com discursos batidos do tipo: “Pelé é melhor do que Maradona” ou “Nós somos pentacampeões do mundo e eles, bi”. Clichês à parte, alerto: a final da Libertadores 2020 será no Maracanã, em 30 de janeiro. Que os sobreviventes Grêmio, Palmeiras, Santos e, talvez, Inter, aprendam com os erros alheios para não amargarem uma decisão argentina no verão carioca.
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