Visão do Correio

Bom senso pela vida

Correio Braziliense
postado em 06/12/2020 08:17

“Quem não ouve conselho, escuta ‘coitado’”. O dito popular invoca o bom senso. As orientações de médicos e especialistas para evitar a proliferação do novo coronavírus não foram bem acolhidas por grande parte dos brasileiros nem pelas autoridades. Ao menor sinal de que havia um declínio do número de casos, os governantes iniciaram a flexibilização precoce do isolamento social. Em poucos dias, a média diária de infectados e de mortes voltou a subir na última quinzena.


No fim de sexta-feira, a média, em 24 horas, foi de 624 óbitos. Em algumas capitais, governadores e prefeitos voltaram a impor restrições ao funcionamento do comércio, sobretudo, bares, restaurantes, nos quais a venda de bebidas alcoólicas foi vetada, além de festas shows e eventos que levam à aglomeração de pessoas. Desde o início da pandemia da covid-19, em fins de fevereiro último, até agora, o Brasil identificou, apesar do baixo índice de testagem, mais de 6,5 milhões de infectados, e está prestes a superar a marca de 176 mil mortos.


O programa nacional de imunização, com 38 mil salas em todo o país, é exemplo mundial. Nem os países desenvolvidos têm a expertise brasileira, quando se trata de vacinação em massa. A partir de meados desta década, negacionistas utilizam as redes sociais e outras mídias para sabotar as vacinas. Um dos efeitos das fake news é o recrudescimento de doenças, até então consideradas erradicadas pela Organização Mundial da Saúde, como sarampo, poliomielite, rubéola, difteria e outras que matam ou deixam sequelas irreversíveis.


Em relação ao coronavírus, os antivacinas começaram a espalhar falsas informações no Brasil e em outros países, da mesma forma como fizeram em relação ao uso de máscaras, à higienização frequente das mãos e ao isolamento social, atitudes indispensáveis contra o contágio pelo coronavírus. Neutralizar essas ações perversas é desafio para o poder público, como também o é a definição de uma estratégia de imunização de todos os brasileiros.


O plano preliminar do Ministério da Saúde prevê que a vacinação começará pelos profissionais de saúde, pessoas com 75 anos ou mais e os idosos, a partir de 60 anos, que vivem em asilos ou abrigos. Numa segunda etapa, aqueles que estão na faixa de 60 a 74 anos. Na etapa seguinte, as pessoas com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos. A quarta etapa será voltada para policiais, servidores do sistema penitenciário e detentos.


A vacinação em massa não ocorrerá no tempo desejado, mesmo com todo o esforço de cientistas e laboratórios em ofertar o medicamento. Até que a imunização da população seja concluída, cabe a cada pessoa adotar medidas preventivas de proteção recomendadas pela ciência. Trata-se de responsabilidade com a própria saúde e com a de outras pessoas. Às vésperas do Natal, preservar a vida é o maior presente.

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