O governo pretende lançar, nos próximos dias, uma campanha para reduzir o consumo de água e luz. A situação crítica dos níveis dos reservatórios preocupa. E, como falta d’água e de energia é um tema muito sensível na sociedade civil, capaz de naufragar qualquer plano eleitoral, a ordem é evitar chegar em situações extremas. O próprio presidente Jair Bolsonaro já pediu à população para ser mais econômica. “Apague uma luz em casa agora. Se for possível, ligue o ar-condicionado mais tarde. Desligue mais cedo”, aconselhou, em live na semana passada.
Fazer pesar no bolso também é outra estratégia para reduzir o consumo de luz. Daí vem a ideia da bandeira vermelha nas contas. Mas, avalio que uma medida muito eficaz, conhecida por todos, deveria ser acionada nos momentos de crise elétrica. Sim, falo dele: o horário de verão. Utilizado ininterruptamente desde 1985, por decisão do governo Bolsonaro, deixou de vigorar no ano passado. E está fazendo falta.
A principal justificativa para extingui-lo era de que a economia se mostrava ínfima, de pouca “efetividade energética”. Ora, no momento em que ocorrem apagões pelo país, como o do Amapá e de Salvador, e que será feito um trabalho para convencer a população a colocar o pé no freio no consumo, acompanhado do aumento do valor da conta, qualquer redução no consumo fará diferença. Por isso, o horário de verão se mostra necessário, mesmo que você não goste dele.
Sem o horário de verão, a claridade surge uma hora mais cedo. Em Brasília, o sol nasce nesta época do ano por volta das 5h30. Mas os primeiros raios aparecem bem antes. Será que ninguém leva em conta que é muito mais lógico ter mais luz natural quando tem mais gente na rua? Afinal, qual horário concentra mais atividades fora das residências: entre 5h30 e 6h30 ou entre 18h30 e 19h30?
Acredito que a situação merece ser revista pelo governo. O país só tem a ganhar com o horário de verão, utilizado em boa parte do mundo ocidental. Concorda?
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.