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Correio Braziliense
postado em 15/12/2020 21:58

Cinema
Cinema é “um modo divino de contar a vida”, segundo Fellini. É a maior diversão — e a mais acessível. Há filmes inesquecíveis e listas e mais listas dos melhores de todos os tempos. Há festivais famosos, como o de Veneza, Cannes e Sundance. Há o Oscar. E há o Festival de Brasília, que está completando 53 anos de adeptos fiéis, que entram na tela como a personagem da Rosa Púrpura do Cairo. O Festival, agora, faz parte do patrimônio intangível da cidade e o Cine Brasília, cenário da festa anual, foi (graças!) tombado. Não correndo mais o risco, que parecia iminente, de se tornar mais uma dessas megaigrejas. Mesmo em assuntos profanos, Deus sabe o que faz.
Thelma B. Oliveira, Asa Norte


Vacina
Estamos há oito meses vivendo diariamente com o obscurantismo que assombra o planeta. A ciência está sob ataque. Entre os motivos que a sociedade detecta para tal situação está o menosprezo e a desconfiança às diversas conquistas científicas que estão em curso no combate à covid-19. Líderes populistas politizaram a pandemia, a usam para uma ascensão política. Veem a ciência como ameaça, porque ela expõe verdades que vão contra seus comandos. A sociedade deve rejeitar, com todas as forças, políticas que se sobreponham à razão, que norteia o conhecimento científico e a saúde da população. Assim, é espantoso constatar que, em um cenário de crise sanitária, com a covid-19 assolando o globo e ceifando milhares de vidas de brasileiros, ainda seja preciso sair em defesa da ciência. Mas essa necessidade existe, e é urgente. Sobretudo, diante de posturas como a do presidente Jair Bolsonaro, que se dirigiu à nação ao falar que a pandemia está chegando ao seu fim. Afora, as desencontradas e infelizes declarações do seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Não é hora de politicagem, jogo de palavras, mentiras ou confrontos com inimigos políticos ou imaginários. Afinal de contas, o desafio que se coloca é gigantesco, talvez o maior das últimas décadas. O Brasil precisa encontrar soluções rápidas para que mais brasileiros não venham a perder a vida. Para chegar lá, se faz necessário neste grave momento uma poderosa combinação de ciência, equilíbrio, liderança, união e agilidade. Só assim reduziremos os prejuízos sociais e econômicos trazidos pelo coronavírus.
Renato Mendes Prestes,Águas Claras


Em relação à vacina contra a covid-19, o Brasil inteiro está no mesmo apagão enfrentado até poucos dias pelo Amapá. Estamos longe de encontrar um lampião. Há total desencontro entre as autoridades. As autoridades brasileiras não encomendaram o medicamento. O Ministério da Saúde estava à margem das iniciativas de outros países, que se preocupavam com a saúde da sua população. O Brasil foi um dos últimos a aderir ao consórcio da Organização Mundial da Saúde, tamanho o descaso do governo com a saúde dos brasileiros. Quando São Paulo, por meio do Instituto Butantan, saiu na frente do governo federal, foi aberta uma guerra entre o Palácio do Planalto e o Palácio dos Bandeirantes. Os dois ocupantes só enxergam as eleições de 2020. Hoje, o Supremo Tribunal Federal cobra do Ministério da Saúde data de início da vacinação em massa, um plano de imunização. Como fazer um calendário se não temos a vacina? Judicializa-se a doença sem que haja remédio contra ela. As pessoas sensatas, principalmente as mais de 180 mil famílias que perderam seus entes queridos, estão ansiosos pela vacina. Sabem o quanto os imunizantes são importantes. Não guardo nenhuma esperança de que teremos a vacinação. Sinto inveja (saudável) daqueles que vivem em países civilizados e que têm governantes sensíveis à perda de tantas vidas e amparam seus cidadãos.
Isadora Costa, Águas Claras


O mais ambicioso plano que se fez na história — e foi muito bem-sucedido — foi a Operação Overlord, na 2ª Guerra Mundial, a invasão aliada na Normandia. Isto vem a propósito do plano de vacinação e da determinação de um ministro do STF de estabelecer data para o seu início e término. Duas expressões são muito claras aos militares e muito empregadas: ficar Em Condições De e Mediante Ordem. Mediante Ordem (Mdt O) expressa a certeza de que a ação será desencadeada, mas não se sabe quando; ficar ECD envolve mais dúvidas, o plano pode nem ser desencadeado, mas, mediante ordem, poderemos acioná-lo. Sutis diferenças. Qual vacina o mercado pode entregar e em que quantidade são as dúvidas, e, enquanto não tivermos esses dados, não teremos data nem prazo final, e ainda poderemos ter de criar subfases. Escolares em administração sacam suas teorias, mas, a prática, é distinta, a realidade é outra. O plano está delineado e tudo que se pode fazer é marcar o dia D e a hora H, como fez Eisenhower no desembarque na Normandia.
Roberto Maciel, Pituba (BA)

 

 

 

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