Em tempo de pandemia, Caetano Veloso, mesmo se resguardando ao lado dos familiares, tem se mostrado ativo ao ocupar a interminável quarentena de forma criativa, além de emprestar a voz e a imagem de artista influente a importantes eventos voltados para causas sociais e humanitárias e de deixar claro seu posicionamento político. Nas recentes eleições municipais, fez lives para arrecadar recursos destinados às candidaturas de Manoela D’Ávila e Guilherme Boulos, às prefeituras de Porto Alegre e São Paulo, respectivamente.
Um pouco antes, concedeu uma longa entrevista, transmitida ao vivo pela GloboPlay, para lançar Narciso em férias, documentário produzido por Paula Lavigne, com direção de Ricardo Calil e Renato Terra, que focaliza a prisão do cantor — e também de Gilberto Gil, companheiro no movimento tropicalista — pela ditadura militar e o consequente exílio em Londres, em 1968. O longa-metragem, exibido no Festival de Veneza, em setembro, tem por base um dos capítulos do livro (uma auto-bigrafia) Verdade Tropical.
Mas, foram as lives que levaram Caetano a ter maior presença no vídeo. A primeira delas ocorreu em 7 de agosto, quando o leonino, ao lado dos filhos Moreno, Zeca e Tom, celebrou 78 anos de profícua existência. Logo em seguida, ele se juntou a Maria Bethânia, Chico Buarque e Zeca Pagodinho em apresentação visando a mobilização da sociedade em defesa dos povos indígenas. Depois, ao lado de artistas nacionais e internacionais — entre eles, Sting (Inglaterra), Jorge Drexler (Uruguai) e da banda mexicana Maná — e dos brasileiros Gilberto Gil, Jorge Mautner, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro e Anitta, ele participou do Rainforest Live, para lembrar a importância da preservação da Amazônia.
Hoje, às 21h, em outra live, intitulada Vai ter Natal, Caetano revisita mais de 50 anos de carreira, interpretando clássicos de sua obra, com transmissão ao vivo pelo canal dele no YouTube e pelo canal Like (530/Claro). Entre as canções que ele vai interpretar estarão Alegria alegria, Força estranha (a preferida de Dona Canô, mãe do cantor santoamarense), Leãozinho, Luz do sol, Reconvexo, Trem das cores, além de Você não me ensinou a te esquecer (Fernando Mendes), da trilha sonora de Lisbela e prisioneiro, filme dirigido por Guel Arraes, Esta foi incluída no repertório a pedido de Paula Lavigne, produtora do longa-metragem.
Todas essas canções — menos a última — o brasiliense ouviu Caetano cantar nos incontáveis shows que fez aqui na cidade, em diferentes palcos — da Concha Acústica ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães; da Sala Vila-lobos do Teatro Nacional à Esplanada dos Ministérios. Pena que ele sempre deixe de lado a belíssima Flor do Cerrado, que, com o devido conhecimento, compôs para Gal Costa. Trecho da letra diz: “Mas da próxima vez que eu for a Brasília/Eu trago uma flor do Cerrado pra você...”
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