As festas de fim de ano acendem o sinal de alerta no país. Especialistas têm manifestado preocupação com o colapso do sistema de saúde em janeiro por conta do aumento de casos de covid-19 logo após as comemorações de Natal e réveillon, celebrações tradicionais que reúnem familiares e amigos. Todo mundo quer comemorar, trocar presentes, rever pessoas que, por conta da pandemia, não se via há muito tempo.
Nos dois últimos meses, justamente por conta do relaxamento das medidas de isolamento social, os casos de coronavírus cresceram significativamente. As aglomerações impactaram o atendimento em hospitais da rede pública e privada, reduzindo o número de leitos de UTI disponíveis para atendimento aos pacientes com covid-19.
O Brasil já ultrapassa mais de 187 mil mortes e 7,2 milhões de pessoas contaminadas pelo vírus. Em Minas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) registrou quase 11.300 óbitos por coronavírus e mais de 500 mil casos confirmados desde o início da pandemia.
Na capital mineira, os números também assustam. São mais de 59 mil casos confirmados e quase 1.800 mortes. Diante desse quadro, o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, alerta que não é hora de fazer festa. Recomendação repetida em coro por especialistas no mundo todo diante do avanço da pandemia.
Há um esgotamento físico, mental e emocional em função da quarentena. Profissionais da área de saúde, principalmente os que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus, estão completamente exauridos. Enfrentam uma batalha diária pela vida e temem levar o vírus para casa. Muitos tiveram de se separar do convívio dos pais idosos ou mesmo dos filhos, para evitar o contágio. Mas seguem firmes no cuidado e na atenção com os pacientes, implorando à população que fique em casa. A guerra contra a pandemia não acabou.
Realmente, este não foi um ano fácil. Desde março, as pessoas estão trancadas em casa, isolando-se do convívio com parentes e amigos. É perfeitamente compreensível a vontade de voltar a se reunir e comemorar a festa da esperança, brindando a um 2021 mais leve.
No entanto, não é hora de baixar a guarda. As festas de Natal e réveillon devem se restringir ao núcleo familiar que mora junto. Uma única pessoa contaminada que esteja assintomática é suficiente para infectar o grupo inteiro e colocar vidas em risco.
As vacinas estão sendo desenvolvidas e testadas numa velocidade nunca vista. Alguns países já começaram a imunizar suas populações. Mas é fato que elas não estarão disponíveis para todos de imediato. No Brasil, no melhor dos cenários, só mesmo em fevereiro é que deve ter início a campanha de vacinação. Por isso, as recomendações de especialistas continuam valendo. Usar máscara, higienizar as mãos constantemente, manter o distanciamento social e evitar aglomerações.
Para vencer esta batalha contra a covid-19 é preciso paciência, empatia, responsabilidade da vida em comunidade e amor a si e ao próximo para garantir que outros natais possam ser comemorados com alegria e na companhia de familiares e amigos.
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