Vacina
Mal pude acreditar, quando li na coluna Brasília-DF deste jornal (22/11), que a deputada federal Carla Zambelli estuda um projeto de lei que criminaliza a obrigatoriedade para a vacina contra a covid. Nem vou falar do art. 6º da Constituição Federal, que deve ser incompreensível para muita gente, mas faço remissão a uma lei deste ano. Trata-se da Lei nº 13.979/20, artigo 3, por seu inciso III-d. Digo mais: a recente decisão do STF não obrigando, mas autorizando sanção para quem não tomar a vacina, é mais branda do que a citada lei. A decisão do Supremo admite que alguém escolha não tomar a vacina, mas estará sujeito a sanções por tal decisão. Assim, deputada, aceite a sugestão de poupar-nos do seu trabalho com esse projeto de lei. O que temos já é o bastante para fazer valer o comando da Lei Magna, que estabelece a saúde como um bem e um direito da sociedade.
» Marcos Paulino,
Águas Claras
» No fim das contas, o vice-presidente Hamilton Mourão tinha total razão. O governo federal vai comprar a CoronaVac, pivô da desvairada guerra travada entre o presidente Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. A determinação do presidente caiu por terra e perdeu-se diante da lógica e da racionalidade de governadores e prefeitos, além de presidentes de outros países. O Instituto Butantan, reconhecido pela sua competência em produzir vacinas, reforça a sua notoriedade perante o universo da ciência. Muitos governantes estão fechando acordos com o instituto para a compra das vacinas produzidas em parceria entre cientistas brasileiros e a biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech. A contraordem do presidente à declaração do presidente foi grito sem eco. Aliás, pessoas em sã consciência sequer dão ouvidos às sandices do inquilino do Palácio do Planalto. Acredito que nem ele crê no que declara, pois não passa de cortina de fumaça para desviar a atenção dos eleitores das artimanhas dos filhos, envolvidos da cabeça aos pés em atos supostamente delituosos sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Portanto, que venham a CoronaVac e todas as demais vacinas para nos livrar dessa praga letal.
» Gilberto Borba,
Sudoeste
Planetas
O alinhamento de Júpiter e Saturno, ou seja, o deslocamento horizontal em que um encobre o outro; segundo especialistas, só ocorre no prazo de 800 anos, pelo calendário da Terra. Essa mudança foi vista de várias partes do mundoa. Os dois planetas ficam a milhões de anos-luz de distância. Esse alinhamento pode trazer muitos benefícios para os seres vivos, inclusive, até acabar com as epidemias, sem necessidade de vacinas e muitos outros males espirituais ou não. Isso é uma verdade. Em agosto, com a lua cheia, os cachorros não vacinados são acometidos de raiva e morrem; os mares ficam revoltos e os doentes mentais têm surtos inexplicáveis; vários acidentes ocorrem envolvendo autoridades. É o chamado mês do desgosto. Criptografado de Nostradamus.
» José Carlos Magalhães Júnior,
Asa Sul
Natal
O Cristianismo não se reduz, com querem alguns, a dogmas intelectualizados, catálogo de preceitos, regras e deveres, lista de pecados. É, antes de tudo, uma Pessoa e um acontecimento. A Pessoa é Cristo. O acontecimento, a irrupção de Cristo na humanidade. Natal celebra o acontecimento e traz para o nosso meio a Pessoa. Que esta certeza de fé confira ao seu Natal sua plena dimensão e se prolongue, tonificante, por todo o novo ano de 2021, trazendo paz, renovando esperança e multiplicando alegria. Que seja um ano de crescimento e positivismo para todos.
» José Ribamar Pinheiro Filho,
Asa Norte
Racismo
O meu torrão natal, Rio Grande do Sul, elegeu um negro, Alceu Collares, para governador e prefeito da capital. Acaba de nos dar dois bons romances mostrando o racismo sobre o assassinato de um professor negro pela polícia (O avesso da pele) e refletindo sobre o que significa ser pardo (Marrom e amarelo). Mas o assassinato do gaúcho João Alberto expõe a profundidade e a extensão do racismo onipresente no país todo. Obriga a ir além da empatia e do afeto e compreender seus indissolúveis elos com nossa desigualdade estrutural. A força da mestiçagem e da presença africana e indígena em nossa cultura pode ter ajudado a mascarar a entranhada persistência do racismo a negar oportunidades para os negros, relegados à pobreza. Nem mesmo conseguimos garantir educação pública universal e de qualidade, com recursos e docentes bem formados, para que a totalidade de pretos e pardos esteja em pé de igualdade com brancos para ocupar qualquer espaço. Mas, só agora, após essa barbárie no Carrefour, a mídia expõe outros dados: também as mortes de policiais negros são mais numerosas do que as dos brancos, acima da proporção de seus números na Força. Há que se reconhecer que a violência exacerbada e o crime impune são, hoje, a horrível cara do Brasil. Sempre covarde, o mais forte contra o fraco. Como sair disso? Desmontar o racismo, a violência e a impunidade, tudo junto, tem de ser nossa prioridade maior.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
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