SERVIÇOS PÚBLICOS

Atendimento escasso

''Dar respostas rápidas e garantir um atendimento contínuo e seguro precisam ser o norte do trabalho. Isso é o que a sociedade precisa. E cobra''

Roberto Fonseca
postado em 29/01/2021 06:00 / atualizado em 29/01/2021 09:08

Os relatos estão diariamente nas redes sociais: tirar a carteira de identidade, no Distrito Federal, tornou-se um verdadeiro calvário. A queixa mais comum é de que demora de 10 dias a até um mês para conseguir o simples agendamento no site da Polícia Civil. Os horários são abertos quatro vezes ao dia (8h30, 10h30, 14h30 e 16h30), só que logo expiram as “vagas disponíveis”. O problema atinge a todos de forma universal, mas a demora provoca ainda mais inquietação em quem precisa de uma segunda via ou em quem acabou de fazer 18 anos e necessita do documento atualizado para prestar vestibular ou conseguir o primeiro emprego.

Outra queixa bastante comum dos brasilienses, neste começo de ano, é com o atendimento prestado em centrais telefônicas vinculadas a serviços públicos. A CEB, recentemente privatizada, é uma delas, por exemplo. O temporal da última terça-feira deixou um rastro de destruição pelo Distrito Federal, o que provocou falta de luz em diversos pontos. E uma reclamação bem comum naquela noite foi a dificuldade (e a demora) em conseguir um atendimento. Tenho a consciência de que foi um dia atípico, com muitos chamados simultâneos, mas aflige a falta de informação sobre previsão de retorno à normalidade e a extensão das áreas atingidas. E era isso que provocava a inquietação em muita gente no Twitter e no Facebook.

A burocracia é uma marca do serviço público no Brasil. Somando-se ao despreparo para a prestação de um bom atendimento ao cidadão e à falta de planejamento tão corriqueira (é bom deixar claro que também ocorre em empresas privadas), a situação, muitas vezes, torna-se insustentável. A pandemia desencadeada pelo novo coronavírus mostrou a necessidade de muitas mudanças na sociedade. E a intensificação do uso da tecnologia foi uma delas. Empresas tiveram que se adaptar em questão de dias. Não seria o caso também do serviço público?

É difícil compreender por que as vagas disponíveis expiram tão rapidamente para tirar ou renovar o RG no Distrito Federal. Escassez de pessoal? Alta demanda? Ineficiência no atendimento eletrônico ou presencial? Ou uma mescla de todos esses problemas? Dar respostas rápidas e garantir um atendimento contínuo e seguro precisam ser o norte do trabalho. Isso é o que a sociedade precisa. E cobra.

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