MEIO AMBIENTE

Árvores, o melhor investimento

''É urgente fazer o caminho contrário e aprender a ganhar dinheiro com a conservação da natureza. Soluções existem. Basta o negacionismo abrir espaço para a sensatez''

Fernando Brito
postado em 08/02/2021 13:09 / atualizado em 08/02/2021 14:18

Soa estranho que tenhamos chegado a este ponto, pois parece uma medida obviamente essencial, mas a Lei nº 14.119, de 13 de janeiro de 2021, promete instituir a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Resta saber como essa ferramenta funcionará na prática, mas a esperança é de que contribua com a necessária preservação ambiental, remunerando iniciativas que promovam o equilíbrio dos ecossistemas e favoreçam a segurança climática. Como toda novidade, a aplicação da legislação carece de estudos e observações.


Portanto, sugiro aos nobres leitores que acompanhem, na quarta-feira, à 19h, a esclarecedora palestra “Pagamento por serviços ambientais – o que muda com a nova lei”. O evento terá as participações da advogada Rita Borges Franco, professora de direito ambiental, e da engenheira agrônoma Helena Von Glehn, coordenadora do Programa Nascentes e das ações do Projeto Conexão Mata Atlântica na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo. A mediação ficará a cargo de Flávio Ojidos, advogado ambiental e mestre em conservação de biodiversidade e desenvolvimento sustentável. As inscrições podem ser feitas por meio do link www.conservacaocomonegocio.com.


Independentemente de recompensas financeiras que sejam oferecidas pelo Estado, por mecenas ecológicos privados, nacionais ou estrangeiros, zelar pela qualidade do solo, dos recursos hídricos, do ar e manter as florestas em pé são, até onde se sabe, as medidas mais efetivas e baratas para nos livrar de um colapso climático, que há tempos é tema de alerta da comunidade científica. Neste exato momento, o governo federal gasta em campanha publicitária pedindo à população economia de água e de consumo de energia, pois os reservatórios Brasil afora estão novamente em níveis abaixo das médias históricas, mas as chuvas serão cada vez mais escassas, enquanto o país não conseguir, efetivamente, combater o desmatamento. E, neste quesito, a gestão do presidente Bolsonaro — bem como administrações anteriores — deixa muito a desejar.


Somos uma nação maculada por tristes 14 milhões de desempregados e não conseguiremos solucionar esse drama, se não olharmos com a devida atenção para as possibilidades de negócios sustentáveis. Em boa parte, a história da economia desenvolveu-se com base em atividades ambientalmente degradantes. É urgente fazer o caminho contrário e aprender a ganhar dinheiro com a conservação da natureza. Soluções existem. Basta o negacionismo abrir espaço para a sensatez.

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