Poliomielite
Brasília tem fortes ligações com a erradicação da poliomielite. A médica Helena Cortopassi, uma das pioneiras da atual Rede Sarah, acompanhava, tratava e estudava as vítimas da pólio no DF. Em 1960, o professor Albert Sabin criou a vacina oral contra a poliomielite. Foi ele que incentivou a criação do Dia Nacional da Vacinação contra a pólio. A Dra. Helena foi sua anfitriã, acompanhando suas visitas a escolas do DF, para a identificação de crianças portadoras de sequelas da paralisia infantil. Até então, o recurso extremo era o ‘pulmão de aço’ para as vítimas que haviam perdido a capacidade dos músculos respiratórios. A principal característica da vacina Sabin é a abrangência do vírus inativado e a facilidade de ser administrada por via oral e difundir-se no meio ambiente. Em 1986, nosso grande artista Darlan Rosa inventou o Zé Gotinha, ícone das campanhas antipólio com a vacina oral do professor Sabin. Ele relatou, em recente entrevista, como foi a criação do lúdico personagem, cuja figura destinava-se a motivar a população a aceitar a vacina salvadora. Ele criou o bonequinho sobre duas gotas da vacina. O nome foi criado mediante concurso nacional. O sucesso foi tão grande que estimulava as crianças a não ter medo da vacina das gotinhas. Graças ao professor Sabin, doutora Helena e Darlan Rosa — com seu Zé Gotinha — as crianças brasileiras ficaram livre da terrível e incapacitante paralisia infantil.
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
E agora Jair?
O presidente Bolsonaro foi o vencedor das eleições para as presidências da Câmara do Senado. Conseguiu isso por meio do acordo com o Centrão, coisa que ele jurou que nunca faria, pois esse grupo de partidos simboliza a velha e corrompida política, e apoia qualquer governo, em troca de cargos, emendas e outras vantagens. Isso vem ocorrendo com todos os presidentes, depois do regime militar, de Sarney, nos anos 80, a Dilma, Temer e agora Bolsonaro. Foi criado pelo ex-deputado Roberto Cardoso Alves, o Robertão que, em 1987, juntou o baixo clero para prorrogar o mandato de Sarney, em troca de vantagens. Essa é a origem do grupo que hoje é liderado pelo deputado Arthur Lyra. O ideal na democracia e a independência dos Três Poderes, para que haja limites, equilíbrio e estabilidade das instituições. Mas respeitando-se os limites, o fato de o governo contar com maioria parlamentar pode ajudar na governabilidade. Desde que o governo tenha projetos claros para implementar e uma estratégia correta para desenvolvê-los. E isso falta ao governo Bolsonaro, que não define o que quer. Também não prioriza a aprovação de suas propostas. Em dois anos só realizou a reforma da Previdência e mais alguns projetos regulatórios. Perdeu meses em 2020 porque o Centrão não queria que Maia faturasse resultados. O tempo é curto e falta consenso: na área tributária, não sabe se quer a alíquota única de 20% no IR; criar um imposto novo; diminuir os impostos indiretos ou unificar impostos e taxas federais. Na área administrativa, o Executivo segurou o projeto por mais de um ano e nunca lhe deu prioridade. Temos ainda as privatizações, a revisão dos fundos públicos e o Pacto Federativo. Além da pauta conservadora, o excludente de ilicitude, a mineração em terras indígenas, porte de armas de fogo, sem contar possíveis propostas na área de costumes. Por tudo isso, ao se aliar ao Centrão, Bolsonaro quebrou um juramento, mas pode não ter assegurado garantia de aprovação de projetos que precisa. O grupo de partidos é heterogêneo e as pautas são complexas e delicadas. Agora, para seu Jair, todo cuidado é pouco. Não se pode mais culpar Rodrigo Maia por tudo de ruim que ocorria. Quem será o próximo?
» Ricardo Pires,
Asa Sul
Ética
Excelente o artigo “Brasil pelo avesso” da coluna Visto, lido e ouvido (5/2-) que descreve sobre o assunto ética e que, no Brasil, desde a época de Rui Barbosa, piorou e muito. Trata das nulidades citadas por esse importante Brasileiro, em seu discurso no Teatro Lírico, no Rio de Janeiro, “cujas nulidades prosperam e conquistam enormes espaços nos poderes da República”. O artigo cita que essas “nulidades crescem e se multiplicam contaminando toda a máquina pública e perseguem sem pudor, todos aqueles que decidem ou ousam lutar por justiça e ética. Observa que, hoje, são os homens de virtudes honestas, de honra e de vergonha na cara os perseguidos impiedosamente como se criminosos fossem”. E que “malfeitores de todos calibres e estirpes, reconhecido por boa parte da população, como tais, encontram-se entre ricos advogados e rábulas diversos instalados nas altas cortes, defensores ardorosos e servis, prontos a adulterar, a qualquer hora, as leis em benefícios desses desqualificados.” Entre outros, refere-se a “perseguição vergonhosa que ricos escritórios de advocacia, especializados na proteção e manutenção dos butins auferidos por corruptos famosos, como o senhor Luiz Inácio Lula da Silva e seu imenso bando, aliados a ministros instalados estrategicamente na Suprema Corte, vêm empreendendo contra o ex-juiz federal Sérgio Moro, que ousou comandar a maior operação já vista, em todo o planeta, contra a corrupção endêmica patrocinada pelo lulopetismo”.
» Vilmar Oliva de Salles,
Taguatinga
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.