Tecnologia na educação: do desconhecido ao engajamento

Jonen Madruga de Souza Junior*
postado em 13/02/2021 07:56 / atualizado em 13/02/2021 09:29

A pandemia surgiu de repente e colocou a escola diante de uma realidade em que o on-line se transformou na única alternativa para que professores e alunos pudessem continuar as jornadas de ensino e aprendizagem. Quando se trata de tecnologia aplicada à educação, com alguns meses de pandemia, avançamos o que não havíamos avançado em décadas. Muitos educadores abraçaram o desconhecido para garantir a continuidade da aprendizagem dos alunos.

Todos os professores, sem exceção, foram obrigados a migrar para o on-line e, quase um ano depois de uma revolução que começou sem saber como terminaria, chegamos a um patamar no qual fica difícil imaginar professores deixando de usufruir da tecnologia nas aulas, mesmo após passada a pandemia. Hoje, educadores comemoram as inúmeras possibilidades que não existiam antes da integração do conteúdo pedagógico com as ferramentas tecnológicas e que, por conta da pandemia, acabaram destacadas. Essas possibilidades permitem que o conteúdo seja melhor aproveitado no dia a dia entre professor e aluno e torna o aprendizado ao mesmo tempo mais simples e mais poderoso.

Muito se fala — desde bem antes da pandemia, inclusive — sobre as vantagens de se adotar novos recursos para potencializar o ensino. O que quero, aqui, é destacar alguns pontos que considero relevantes para consolidar em definitivo o papel da tecnologia na educação do futuro.

O primeiro deles é a importância dos recursos tecnológicos para a otimização do tempo do professor. Já dispomos, atualmente, de inúmeras ferramentas que ajudam o docente, evitando que ele perca tempo com atividades burocráticas ou tarefas repetitivas que não geram benefício real para o aluno. Alguns exemplos: numa aula on-line, o professor não precisa perder minutos preciosos conferindo quem está presente ou ausente, uma vez que os alunos que entraram na sala virtual têm suas presenças automaticamente registradas. Ou então, uma plataforma de avaliações elabora a prova no lugar do professor, bastando que o educador apenas programe como deve ser essa avaliação. Aqui, a palavra a ser destacada é: integração. É a integração que vai ajudar a reduzir o tempo gasto com o que não é necessário. Em apenas um clique, o professor sabe o que o aluno fez, seus erros e acertos e o que precisa ser melhor trabalhado.

E aí chegamos ao segundo ponto que quero destacar: a personalização em massa. Alunos são muito diferentes, cada um com seu ritmo, desempenho e particularidades. Lidar com essas diferenças na hora de avaliar e dar um retorno individualizado sempre foi um enorme desafio. Nesse caso, a tecnologia é uma grande aliada, pois é muito mais fácil fazer essa personalização em massa dentro de uma plataforma, dando a cada aluno o retorno específico que ele precisa e espera. O último ponto a ser explorado vem de um conceito muito valorizado no marketing: a importância do omnichannel. Devemos conseguir alcançar o aluno onde quer que ele esteja, seja na sala de aula, em casa, no transporte coletivo enquanto se desloca, e por qual meio for: computador, celular ou tablet. A capacidade de servir conteúdo de diversas formas será determinante. Mesmo em um cenário de retorno das aulas presenciais.

A educação precisa do presencial e isso é um fato inquestionável. Mas o fim da pandemia e a normalização das atividades escolares não precisam significar a volta ao cenário pré 2020. A tecnologia pode e deve continuar a ser aproveitada mesmo com a retomada das aulas presenciais. O que teremos que fazer é encontrar o equilíbrio ideal entre o on-line e o presencial. Os professores estarão mais preparados e os alunos certamente encaram toda essa transformação tecnológica de forma positiva, afinal, percebem que as aulas estão mais de acordo com a realidade em que vivem, totalmente digital.

E se tivermos professores mais satisfeitos e alunos mais interessados, veremos a tecnologia conseguir resolver um desafio que há muito persiste na área da educação: a capacidade de engajar alunos e professores. O estudante de hoje não é passivo, ele precisa se enxergar parte ativa no processo para ter interesse e envolvimento. E a tecnologia pode ajudar a tornar tudo mais dinâmico. O momento, agora, é de olhar para a experiência desse ano que passou, analisar o que funcionou bem, o que pode ser melhorado e correr atrás de engajar cada vez mais o nosso público.

 

*Chief Technology Officer (CTO) da Positivo Soluções Didáticas

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