Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 20/02/2021 21:07

Extremista

Depois do discurso agressivo, com muitos palavrões e obscenidades — próprios de quem tem vocabulário limitado por deficit de escolaridade —, incitação à violência física contra os magistrados do Supremo Tribunal Federal, o deputado Daniel Silveira, o valentão, passou a miar fininho. Da cadeia, ele pediu desculpas e se disse arrependido pelo vídeo em que afrontou a democracia, a Alta Corte e defendeu a ditadura militar. Pura encenação. Ele nunca se arrependerá do que fez. Tem uma vida pregressa lotada de ilegalidades, que lhe renderam pelo menos 90 prisões, algo do qual se orgulha — um sujeito acostumado com a vida no cárcere, onde devem permanecer as excrescências humanas. Sabe-se que não havia sinceridade na sua retratação. A Câmara, inexplicavelmente, deu a resposta esperada: ratificou, por 364 x 130 votos, a decisão do STF, de mantê-lo preso, pelo conjunto de crimes que praticou durante 19 minutos de vídeo. Extremistas de direita ou de esquerda, antidemocráticos não podem conviver em sociedade. São capazes de praticar atrocidades inimagináveis, que colocam em risco a vida dos cidadãos e os destinos do país. Para bem completar esse processo, os deputados devem cassar o mandato do indigno Daniel Silveira. Cumpre a todos os brasileiros respeitarem as instituições de Estado, ainda que discordem de suas decisões.
» Arthur de Castro,
Asa Sul

»A decisão do Supremo Tribunal Federal de levar à cadeia o deputado federal Daniel Silveira — decisão ratificada pela Câmara — deixa claro aos vaidosos que liberdade de expressão e imunidade parlamentar têm limites. Ninguém pode sair ofendendo a honra e a dignidade das pessoas e se aproveitar do dito pelo não dito. Pessoas truculentas e que imaginam ter poderes e benefícios ilimitados devem ficar atentas. Se até a vida é finita, o poder também é transitório. O que ocorreu com o parlamentar fluminense pode se repetir com os exaltadinhos da extrema direita, aliados do inquilino do Palácio do Planalto. Aliás, o atual ocupante do palácio ficou mudo e fingiu que não viu nem ouviu as barbaridades do seu seguidor. Silveira deve ser cassado e expurgado da vida política. Trata-se de pessoa incapaz de lidar com as diferenças. Um belicista que defende a ditadura militar, a tortura e outras iniquidades próprias dos regimes totalitários. Assim, para que seja curado, nada melhor do que muitos anos de cadeia.
» Gilberto Borba,
Sudoeste


Benevolência

O rei Davi, quando xingado de assassino, bandido e levar pedradas de Simei, não se arrogou revidar, mas impediu que seu amigo Absai o defendesse, propondo a decapitação. Assumindo que Simei tinha razão, o rei aplicou-lhe branda sansão, isto é, que apenas ficasse restrito a determinado território. Apesar de rei, Davi não se sentiu usurpado de sua realeza, mas foi benevolente. Assim, sua autoridade era estabelecida para sempre. (II Sam cap 16).
» Maria Guimarães Lopes,
Águas Claras
Dúvidas

Muita gente acha que o Brasil será melhor, que o trauma da pandemia tornará os brasileiros mais tolerantes, solidários e amigáveis. Tenho sérias dúvidas sobre isso. Somos um país egoísta, que esconde sua natureza com uma alegria contagiante, musical, dançante e calorosa. Quem nos vê rapidamente, durante uma semana de carnaval, por exemplo, acha que somos os melhores do planeta, amáveis, tolerantes, misturados. Trata-se de um engano. Não somos, nunca fomos e jamais seremos modelo para o mundo. “Farinha pouca, meu pirão primeiro” é um velho adágio popular que mostra bem como pensa o brasileiro. Uma outra máxima, conhecida como a “Lei do Gerson”, o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo. Somos isso mesmo, não adianta querer negar. E temo que esse modo degenerado de ver o mundo seja intensificado depois da pandemia do coronavírus. Alguém certamente dirá que estou sendo rigoroso e insensato com o brasileiro, que há muitos generosos e amorosos entre nós. É verdade, mas nem por isso dá para ser complacente com os demais. O futuro mostrará se estou errado, mas acho que sairemos mais egoístas e sectários. A máscara da cordialidade se esgarçará, mostrando melhor a verdadeira face do brasileiro. Exagerei? Mas veja, agora, o caso dos fura-filas da vacina. Eles estão espalhados pelo Brasil, são milhares os até aqui descobertos. São o retrato mais fiel do malandro, que está sempre procurando uma brecha para melhor se encaixar e ter alguma vantagem em relação a todos os outros. São impulsionados pela cultura nacional do jeitinho, do golpe, da maracutaia, do manda quem pode.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Desigualdades

Reportando à carta da jovem Giovanna Gouveia (14/2) — Direitos Humanos —, tão bem exposto sobre o retrocesso e o desmonte dos direitos humanos a cargo da Sra. Damares sobre as desigualdades das minorias, eu acrescentaria, sem medo de errar, esse caminho que parte da cúpula do poder central, com a chegada do capitão e seu lema “Brasil Pátria amada e Deus acima de tudo”, foi o que o ele adotou em sua trajetória ao Palácio do Planalto. Pergunto que Deus é este? Que lá atrás disse em tom autoritário, é uma gripezinha e se recusa a usar máscara aconselhada pelos mais sábios cientistas do mundo e tantas asneiras mais. Com certeza não é o Deus que aprendi a amar e a respeitar com ensinamentos dos meus queridos e saudosos pais católicos.
» Hortêncio Pereira de Brito Sobrinho,
Goiânia (GO)

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