Uma emergência requer reação pronta, imediata. Mas as autoridades públicas — instituídas pela população, é sempre bom lembrar — parecem fazer uma leitura diferente do que isso significa. Embora o auxílio emergencial seja urgente, uma definição sobre sua retomada se arrasta há meses. Enquanto isso, quem perdeu o emprego ou não conta com nenhum tipo de renda fica sem ter como colocar comida na mesa da família, o que significa crianças passando fome país afora.
Todos sabiam que o auxílio emergencial estava com data marcada para acabar — dezembro do ano passado — e estavam cientes, também, de que a pandemia do novo coronavírus não tinha prazo para terminar. Será que alguém achou mesmo que, iniciado 2021, a economia voltaria a todo vapor, empregos seriam criados e não haveria mais necessidade de assistir os vulneráveis, os que foram fortemente impactados pela crise sanitária?
As negociações para uma nova rodada do auxílio emergencial deveriam ter começado ainda em 2020, para se dar continuidade ao benefício sem deixar um hiato como este, de mais de dois meses.
Fala-se em aprovar a PEC no Senado nesta semana. Vamos confiar que, enfim, o façam. O texto tem de ser submetido, também, ao aval da Câmara, onde podem surgir novos embates. E ainda há os trâmites no governo para iniciar os pagamentos. É uma situação desesperadora para quem não tem, hoje, o que comer. A frase de Betinho, de que quem tem fome tem pressa, deveria ser martelada a todo momento para as autoridades públicas e suas barrigas cheias.
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